Quando leio notícias destas: http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1293327 (Helena Rego pertencente ao SIS declarou numa conferência que Portugal tem sido palco de movimentações de membros extremistas islâmicos) e de seguida vejo os comentários feitos pelos leitores, fico parva como as pessoas conseguem confundir tudo. Direitos humanos com combate à criminalidade e terrorismo ( um dos leitores comenta que Ana Gomes, conhecida personalidade ligada à luta pelos Direitos Humanos) lhes deve dar protecção e que com certeza, os extremistas entraram em Portugal com o seu avale, isto porque a senhora acha que devemos ter cuidado com a instrumentalização dos direitos adquiridos e humanos e o consequente combate ao terrorismo. Parece-me que é uma ideia pertinente esta da Ana Gomes e bastante clara.
Depois outro leitor escreve que o SIS anda preocupado com a extrema direita e pouco mais, ora ainda bem que o SIS se preocupa com as actividades criminosas e extremistas dessa gente, no entanto, também existem outros departamentos que se preocuparão com a entrada de terroristas islâmicos no território nacional; ainda há um senhor que pede colocação de câmaras de vídeo-vigilância nas mesquitas, nas comunidades islâmicas, sem qualquer respeito pela privacidade destas pessoas, mesmo tendo a especialista dos Serviços de Informação explicado que a comunidade islâmica em Portugal está bem integrada e não apresenta grandes preocupações, sendo que mesmo que apresentasse não é com câmaras de vigilância espalhadas pelo quotidiano destas pessoas que alguma vez vamos combater as posições extremistas de quem quer que seja.
O terrorismo e o extremismo islâmico combate-se com a uma atitude clara de combate à pobreza e exclusão, combatem-se com a educação e com a quebra do ciclo de pobreza extrema em que estas pessoas vivem. O extremismo islâmico, o extremismo de direita, o sectarismo e todas essas correntes parentes umas das outras e filhas da miséria humana e da pobreza de espírito combatem-se com uma clara democratização do acesso às ferramentas que façam os seres-humanos andarem para a frente e sentirem que a sua vida é mais que a sobrevivência diária. Não sendo preciso para isto forçar reformas ou revoluções nos países daqueles que olham a vida de forma oposta dos do Ocidente.
Sei que vejo todos estes assuntos com demasiado relativismo e que existem valores humanos que são universais e blá, blá. Pois existem, mas para os aprendermos temos que ser ensinados a tal, temos de ter modelos de referência e acima de tudo temos que ser estimulados para respeitar a vida do nosso semelhante, bem como os seus hábitos, cultura, religião e opinião.
Não é assim tão difícil, não acredito que exista um choque de civilizações, há é um choque de interesses que pode ser entre o Ocidente e o Mundo Islâmico como entre o Chineses e qualquer outro povo ou civilização e uma falta de vontade política de ambos os lados para acabar com as clivagens que se vivem a nível mundial.
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