A pressão, a pressão...não sei porquê escolhi uma profissão num meio tão stressado e que funciona tanto à base de pressões e jogos, e telefone... o raio do telefone!
Ando traumatizada com esta invenção de um gajo, que ainda por cima era surdo, se não estou em erro.
Quando era miúda gostáva imenso de telefones e falar ao telefone, cheguei a gastar rios de dinheiro aos meus pais. Passáva horas agarrada ao telefone, sonháva ter um telemóvel quando estes se começaram a comercializar em massa e quando recebi o meu 1º telefone móvel fiquei deliciada, passáva horas agarrada ao aparelho, a ver isto e aquilo e claro... a gastar rios de dinheiro e todo o saldo que os meus pais me punham em menos de nada.
Actualmente? Actualmente odeio telefones, tanto que há muito que tenho necessidade de escrever sobre os mesmos.
Odeio a pressão que possam exercer sobre mim.
Durante quatro horas diárias falo ao telefone, no meu trabalho em part-time na Marktest, das 18:00 às 22:00 e massacro gente, por telefone, para que instalem um programita que mede as audiências da net (esta é outra história, que ando cheia de vontade de contar).
Quando fui estagiar para o JN e percebi que afinal grande parte da rotina jornalística é passada ao telefone, passei-me e a revolta ainda cresceu mais, então? Não percebo, não era para ir falar para a rua, entrevistar pessoas e mais não sei o quê? claro que fui, mas passei horas ao telefone, o centro de uma redacção, não param os filhos da mãe, infernizam-nos os ouvidos, intoxicam-nos o cérebro...
Aqui na Fnac falo ao telefone como quem respira, quando quero ir fumar penso antes se não tenho que falar ao telefone, porque mesmo que já tenha feito tudo, vai na volta, falta um telefonema qualquer! E falta sempre...
Também penso várias vezes nas contas astronómicas de telefone das grande empresas, não é que tenha pena daquilo que pagam, aliás, sempre que posso desbundo, desbundo no telefone...deles.
Para mim todas as desculpas são boas para gastar dinheiro às empresas para as quais trabalho, são enormes, ricas e pagam-me mal, logo, tudo o que posso chular, lá estou eu! E nada melhor que um telefonemazito fútil, inútil, só para comentar o estado do tempo com um amigo ou qualquer outra coisa que não interessa nada e que mantem o meu ódio pelo telefone, mas que consegue vingar o meu sentimento de desprezo e revolta pelas grandes empresas.
No meio disto tudo, perdi-me. Contínuo a reiterar o ódio pelo telefone e admito a minha dependência do mesmo, do sms, mms, do telemóvel e de todas as suas funções que felizmente e porque sou uma gaja conservadora em algumas coisas, desconheço e acho profundamente inútil.
Os telemóveis hoje em dia são tão quitados, que para muita gente são capazes de ser o objecto mais valioso que transportam consigo e depois acontecem coisas do género: "Fulano tal foi esfaqueado por causa do telemóvel!" Dasse, tamos a bater mal, que raio de mundo é este...
De qualquer forma, tenho que ir, vou fazer mais um telefonemazito...
E aproveito e porque tenho, e infelizmente alguma experiência com call centers, até traumática que actualmente sou incapaz de tratar mal quem me telefone para casa ou coisa que me valha.
O que para uma pessoa como o meu feitio sempre ao pé do penhasco é muito bom!

Sempre quis ter um blog, nem sei muito bem porquê, talvez para disparatar e delirar livremente, uma válvula de escape para uma vida banal e mecânica como a que tenho agora.

Logo e porque a partir de agora me vou sentir na obrigação de levar para frente algo que comecei, vou andar mais bem disposta(alegrem-se os que partilham os dias e noites comigo e eu própria...)

Disparates à parte comprometo-me aqui a escrever tudo o que me vier à cabeça.

No entanto, o meu maior medo é que amanhã, e porque sou distraída q.b, queira postar e me tenha esquecido dos dados para entrar no meu próprio blog...

Isto vai ser bonito, se ninguém cá vier até compreendo e assino por baixo.

Amanhã conto o porquê e quantas metamorfoses sofreu o blog dentro da minha cabeça, até me aperceber que bem ou mal ele tinha que existir.

Yuppi!!!