segunda-feira

Outra vez o Aborto!
Vem aí o referendo do aborto e começa a polémica e discussão acessa dos partidários do sim e do não. Todos os dias se constituem novos Movimentos que têm por objectivo convencer os eleitores, o movimento dos médicos, os dos pela vida, pela escolha do feto, pela escolha da mulher... o de sempre.

Mas infelizmente e com tantos intervenientes, que mais ou menos contrariados intervêm na campanha pelo sim ou pelo não, poucos são os que falam e exigem que o Estado e seja qual for o veredicto final, ponha em marcha a tão necessária Educação Sexual nas escolas e que invista e reformule, já que estamos numa época de reformas, o Planeamento Familiar e o torne numa estratégia presente e efectiva.

A disciplina de Educação Sexual é fundamental para que aja uma verdadeira mudança das mentalidades e condutas sexuais de todos e todas. Assim sim, seria possível termos futuras gerações conscientes que saibam tomar decisões sobre o seu próprio corpo, vida e a gestação de uma outra. Sem juízos de valor, sem hipocrisias, sem tensões.

Sou a favor da legalização do aborto, o meu corpo é meu, a minha consciência é que decide e não admito que seja o Estado a dizer quando devo ou não ter um filho, constituir família ou que me diga se estou ou não preparada para o fazer.
No entanto, e depois de uma lei que já foi aprovada pelo Parlamento e atirada para o povo decidir com a história do referendo que dura há tanto tempo, já deveríamos estar no patamar seguinte, fazer com que a também já aprovada lei da Educação Sexual fosse realidade efectiva nas escolas portuguesas e não um plano longínquo e sem aplicação prática. A Educação Sexual é dada em várias disciplinas sem que aja um espaço aberto à discussão e ao esclarecimento, nas escolas. E não é só a questão da despenalização do aborto, é a prevenção das doenças infecto-contagiosas, é a responsabilização das pessoas e abertura da discussão dos afectos e da intimidade num espaço de educação e formação que é a escola.

Essa sim, não desfazendo a problemática da despenalização do aborto, é a discussão e o debate que precisamos de ter já de seguida. Mas essa é uma conversa atirada para as catacumbas do espaço público, dos programas do Governo e dos partidos da oposição, bem como dos inúmeros movimentos pró-aborto e pró-vida, o que em última análise é triste, porque vem confirmar, a meu ver, que sendo o aborto uma questão de saúde pública, não se aposta na prevenção e na educação, no esclarecimento dos espíritos e ninguém está preocupado em desfazer mitos e responder às questões dos adolescentes e jovens e os demais.
Se calhar, esta será mais uma questão onde estarei a ser utópica e lírica, mas devemos exigir o melhor e apenas e tão só a aplicação da lei, a Educação Sexual nas escolas portuguesas está normativizada, pronta a ser aplicada e há gente que é perita nestas questões.

terça-feira

Aventuras no Correios de Portugal

Ontem tentei ir aos correios no intervalo do trabalho, achei que 10 minutos dessem para enviar um mísero documento, já que existe uma máquina de selos, porém estava fora de serviço. Posto isto, tive que ficar na fila para conseguir comprar um selo e envelope de correio azul. Esperei 30 minutos e não consegui enviar a carta, acabei por dar a minha senha a uma senhora que lá estava.

Durante essa meia hora de espera disse mal da minha vida e especialmente dos Correios de Portugal. Não percebo esta gestão do trabalho, se existem máquinas que vendem selos, algumas até com balança, porque não tê-las a funcionar?

Já no outro dia quando tentei enviar uma outra carta, me vi obrigada a esperar pelo atendimento geral, a máquina dos selos que até tinha balança não tinha trocos, o sistema estáva marado, porque a máquina não conseguia acabar as duas acções necessárias: pesar e processar o valor do selo que teria que pagar, lá fui eu entupir as filas do correio desnecessariamente...

Se estas máquinas existem é para nos facilitar a vida, para agilizar o processo, para evitar que meia hora antes do fecho dos correios estejam mais de 20 pessoas para serem atendidas.

Aqueles envelopes verdes que pelos vistos não precisam nem de selo, nem de serem pesados deveriam ser vendido em máquinas semelhantes às dos selos, para que nos tornemos mais autónomos dos funcionários dos correios, para que só recorramos quando é realmente necessário, porque a mão humana vai continuar a ser precisa em muitas outras coisas e ainda bem que assim é.

No entanto, os correios parecem um qualquer quiosque, livraria vende de tudo e quanto maior for mais coisas tem disponível para os clientes. Mas o propósito dos correio, pelos vistos, é vender livros do Paulo Coelho ou canecas do Noddy não vender selos, enviar correspondência, pagar facturas, pesar cartas...

Gastasse dinheiro inutilmente a inventar aquelas máquinazinhas que são tão úteis e não são usadas pelos utentes, gastasse dinheiro nos envelopes verdes e na publicidade que lhe fizeram, mas nos correios não são assim tão acessíveis.

Esta meia hora à porta dos Correios foi óptima, além deste despesismo de recursos, assisti a episódios próprios de 3º mundo, não é que um conductor de Audi que queria ir ao correio, estacionou o seu carro mesmo em cima do passeio em frente à agência dos correios, onde uns putos jogavam à bola!

Estava o conductor a sair do carro, mesmo a fechar a porta e passa um polícia de trânsito, olha para o senhor infractor, para o carro e segue serenamente para a esquadra mesmo ali ao lado. Haja civismo que resista e haja esperança que nos faça acreditar que tudo poderá melhorar.

Hoje voltei aos correios, mais sossegados por sinal e noutro ponto da cidade, tudo corria bem até ter pedido factura de uma encomenda que enviei, é verdade que eram apenas 2,10€, mas tenho esse direito, logo tive que aguentar a cara feia da funcionária que além de mim, atendia mais duas pessoas. Como também comprei um selo, disse-lhe que não o incluisse na factura e que para isso não era necessário, ao que a funcionária me prespega com os dois recibos com um ar incomodado como se me fizesse um favor. Digo-lhe bom dia e obrigado, fazendo de conta que não percebi o seu incómodo, e levo com um olhar de esguelha...

Desculpe lá, não a queria chatear!!!

segunda-feira

Conversas nocturnas - The night shift
O tópico do fim-de-semana: ganhar o Euromilhões e a discussão de todas as possibilidades que tal montante de dinheiro daria a estas vidas de remediados.

Penso nisso durante a conversa e lá consigo manifestar-me, 4 da manhã, tinha jantado às 8 da noite, isto, aquele-outro e o Festival Número por cima...acho que...não sei bem, ficaria feliz, contente, poderia realizar planos malucos e não sei talvez angustiada, nervosa, desconfiada...ia para Marte, não queria mais estar aqui, tanto dinheiro...

E na realidade, tal possibilidade é tão remota que não faço ideia do que lhe faria. Nos primeiros tempos sim, claro...curtia bem depois de ter tomado as primeiras e poucas medidas que se deve tomar depois de nos sair a sorte grande. Viagens, viagens, visitas a amigos, fazer outros, ver outras paragens, tirar fotos, falar com pessoas, ver novas cidades, comprar roupas e sair à noite ver espectáculos e comprar livros, música e blá, blá, blá e depois?

Das duas umas: ou o que teria visto me tinha inspirado tremendamente e as ideias tinham brotado que nem cogumelos ou simplesmente não saberia o que lhe fazer para além do curriquiero e evidente: tipo dar dinheiro à famelga, mudar algumas vidas que nos são queridas dando-lhes capital para sonhos e projectos ou uma qualquer boa acção, para lá disso que faria com a minha vida e tanto dinheiro?

Ocorrem-me duas hipóteses: ao viajar, conhecer e disfrutar teriam brotado ideias e planos visualizados ao mílimetro ou então fechava-me numa ilha deserta a escrever um testamento com as directrizes do que teria feito com tanto dinheiro, se me tivesse dedicado a ele. Fruto da angústia que este me criára, fechára-me na ilha deserta com uma casa maravilhosa e um campo de cultivo...lá se ia o dinheiro!