domingo


Gosto de te ver e sentir e mais que tudo de te ver a dormir ao meu lado, mas é bom seguir o meu caminho, estar comigo a sentir o que se passa, a usufruir do que me trazes de bom, do quanto me fortaleces a alma e me mostras novos mundos.


Sou maior, mais generosa, acredito mais desde que conheci o que me dás, desde que te conheci e te "provei", estou inebriada, com os copos, bêbada prazer!
E cheia de medo.....

Bom Ano e banalidades!

Mais um ano começa e depois da ressaca e da euforia da noite de festa rija que é a passagem de ano, verificamos que é mais do mesmo.

No entanto, é bom que simbolicamente exista esta data e que represente em nós uma certa vontade de mudar de vida...ou não, mas a ilusão de ano novo, vida nova até nos pode dar forças para ir aos poucos, tomando novas opções e fazendo novas escolhas.

Tempos de mudança quanto mais não seja pela nova lei do tabaco e da sua efectiva aplicação que tantos comentários e conversas suscita. Acho que é quase um desbloqueador de conversa. A partir de agora, espaços fechados com ar limpo...talvez a cheirar a suor. Como fumadora, acho uma seca ter que me deslocar fora dos sítios para fumar, abandonar as conversas e tudo mais para matar o bicho, mas mesmo assim, parece-me e sempre que não esteja a chover, algo interessante esta rotação, entra e sai para fumar um cigarro.

Experimentei esta situação ontem à noite e fartei-me de falar com gente e a dar outra dinâmica à noite e coisa boa, não cheguei a casa a cheirar a tabaco, a tresandar a fumo.

No entanto, não deixa de ser uma situação estigmatizante e como tudo isto é novidade, é quase inevitável que os não-fumadores fiquem de olho arregalado a mirar os fumadores, os tais que têm que sair dos estabelecimentos onde se encontram para se irem esfumaçar. Coisa curiosa, alguns não-fumadores acompanham os fumadores no cigarrinho. São pares de namorados desfeitos, compinchas da diversão que se podem sentir desenquadrados ou sozinhos...isto ainda vai drama.

Qualquer coisa de ridículo será o folclore que se fez à volta do facto do presidente da Asae estar a fumar na noite da passagem de ano, no casino. I don´t give a fuck! Mas que chatice, que moralismo, fumou, e depois? Que lhe tivessem perguntado se ele não deveria pagar uma multa, aí sim, poderíamos ter uma reacção moralista, se ele evidentemente, respondesse que não ou outra coisa qualquer.

Agora, tudo isto reflecte um ressabiamento tradicional do povinho, ai é o gajo fumou? muito bem, nós até andamos todos aqui a tentar levar esta lei de forma branda e a ver se não nos chateamos e este gajo fuma na passagem de ano. Mas não queremos admitir e por isso, caímos-lhe em cima.

Porra, é preciso fazer disto abertura de jornal, mas evidente que o pessoal infringe a merda da lei na noite da passagem de ano, que sítios puseram em vigor a lei na passagem de ano? Who gives a fuck?

Não tem moral para andar a chatear o pessoal? Muito provavelmente não, mas não será porque foi apanhado a fumar a cigarrilha que não tem moral para nos vigiar, quem de nós, mortais e humanos têm moral para vigiar os seus semelhantes? Ninguém, temos a moral possível e a legitimidade que nos é dada pelos cargos que desempenhamos nas nossas funções laborais. Neste caso, o senhor está imbuído da legitimidade que o seu cargo lhe dá.

Porém, acho que a lei deveria dar a hipótese aos donos dos estabelecimentos de escolher se querem ter locais para fumadores ou não-fumadores, simples, simplex, portugalex forex. Porque não? As pessoas têm direito de comer e inalar fumo ou não! Ainda por cima, com toda a polémica de se poder ou não fumar em Casinos, porque estes estão abrangidos por uma lei específica do jogo que implica tabaco, aquele fumo quase mítico que envolve as salas de jogo, como é que outros estabelecimentos de lazer não podem usufruir, também de uma lei específica? As discotecas por exemplo, tem todo o direito de o fazer. A discoteca não é um jardim infantil ou um hospital, nas casas de banho vão-se continuar a consumir drogas e apesar da lei que o impede, muitas vezes, ou sempre, fecha-se os olhos a esta situação e quê, vamos ter mais um hábito punido por lei, mais um vício marginalizado, quando nos casinos, onde existem tantos viciados no jogo, o fazem livremente?

Enfim, delírios do novo ano! Cada vez estamos mais vigiados e amordaçados é o que é! Câmaras de vigilância nos centros das cidades para combater a criminalidade, leis anti-tabaco, cortes no apoio à habitação jovem. Isso sim, é grave. Ser pobre é vosso problema e para isso, existem outros apoios dados pelo estado. Lá vamos nós, jovens precários, formados com altas qualificações, mal pagos e a desempenhar funções pouco estimulantes, engordar as filas do rendimento mínimo garantido!

Bom Ano Novo