terça-feira

Quero acreditar, quero que o capital e os capitalistas se fodam e quero uma vida alternativa ou dia em que só me apeteceu vomitar.

Quero a confiança de volta, quero os sonhos, as ambições, as esperanças, a fé nesta vida. Quero novamente motivação e razão para acreditar, em mim!

Quero que me tratem como uma pessoa com uma identidade, uma vida e não como a merda de um número, porque a quem me trata como um número, eu respondo com um manguito, dos grandes, eu quero fazer uma revolução, eu não quero deixar este mundo assim, eu não quero sofrer com esta transição de um país sub-desenvolvido para a pós-modernidade europeia e de primeiro mundo, porque é aí que estamos e por isso, vamos todos nós ser carne para canhão, pertencer a uma equação maior que não é a melhoria das nossas vidas, nem o caminho para uma sociedade mais justa.

Eu quero a minha identidade de volta, eu quero que saibam que sou uma pessoa e tenho uma cara para a qual tiveram vergonha de olhar no momento em que decidiram que eu já não entrava na equação.

Eu não quero ser despedida por sms, eu não quero ser um número de série, de funcionário, de desempregada, de telefone. Eu sou eu e tenho nome e identidade e recuso-me a entrar para esta equação de modernidade forçada e de capitalismo selvagem, a partir de 30 de Maio engrosso a fila dos desempregados, faço parte da estatística que vai assustar a União Europeia e encher os bolsos aos idiotas dos donos das empresas deste país.

Eu quero que o Sócrates se foda e que a Marktest se lixe, eu quero que este pessoal que só pensa em dinheiro o leve para a cova e seja infeliz para o resto da eternidade, eu quero que os empresários deste mundo sejam encornados pelas mulheres dondocas e frustradas e que estas lhes torem as fortunas.

Eu não sou um número e tenho medo, muito medo do que o futuro nos reserva.

A precariedade é uma coisa muito séria, temos que abrir os olhos, porque nada de bom aí vem. Faço parte de uma geração adiada, vida congelada!

Eu não sou um número e quero que eles se fodam! E eu recuso-me a chorar, eu recuso-me a verter mais uma lágrima por me destruírem as aspirações, eu luto e quero que vocês se fodam.