quarta-feira

Saltimbanco por aí!

Mais mudanças se advinham, no meu caminho vão aparecendo outras ruelas e travessas e depois de avaliar as coisas na minha cabeça e de deixar de estar estupefacta como tudo acontece, percebo que sei adaptar-me a elas, que não digo que não, que não me fecho, pelo contrário, vou e saltibanco de poiso em poiso, sem medos, sem receios, só expectativas, sempre cheia delas.

Que seja diferente, que seja quente, que seja enriquecedor, viajo cá dentro, mudo-me daqui para ali, vou-me mudando, dentro e fora.

Tenho tido dias, noites e semana intensas, daquelas de tirar o fôlego, ando e ando e destapo as salas escuras e desconhecidas e descubro-me e revejo-me...acompanhada, afirmo-me como sou, abro-me e mostro-me. Também descubro, apalpo terreno às cegas, apenas uma luz me guia e umas outras mãos que não as minhas, que ora se sobrepõem às minhas ora se entrelaçam e são grandes e fortes e fazem-me bem!

E neste jogo de sedução, neste jogo da descoberta reforço-me, revitalizo-me, cresço, aprendo e sinto, não sentia assim há muito, não sentia tão intensamente um sentimento que nem sei qual é, que nem conheço, mas não me assusta, excita-me, dá-me energia e consideráveis doses de adrenalina.

A cada sorriso, a cada abraço, a cada beijo, a cada noite, sei que vivo, não sei o que vivo, porém é bom, o desconhecido é tão bom que sou capaz de me viciar.

E por isso, se tenho que me mudar, mudo-me de sorriso aberto e largo, mudo-me todos os dias, transformo-me e automizo-me mesmo quando me ligo a ti, aos outros, ao mundo. Fiz uma ligação à terra, ao centro da vida, ao centro da alma, é para aí que vou ou tento chegar.

A passagem por cá pode ser tantas vezes fria, desesperante e cinzenta, mas a cada manhã, a cada suspiro louvo a minha existência. Que acabe amanhã ou dure sem data para acabar, vale a pena este turbilhão de emoções.

sábado

A quarentena

Enigmas para aqui e para ali! Parto a cabeça para lá chegar, não consigo...Reclusões de almas atormentadas? Silêncios pesados e barulhentos?

Para tudo isto, bastam-me os meus, indecisões alheias, medos desconhecidos, também os tenho e já me é difícil carregá-los, dispenso os teus.

Carrega-os tu! Parte a tua cabeça, deixa a minha em paz.

Precisa de parar, de se centrar, de esquecer a selvajaria do mundo, deixei-te entrar para que me desses uns braços e abraços, para que me protegesses do frio e do cinzentismo e não para estares presente na tua ausência, nem te pedi nada, só que visses a alvorada da minha janela de frente para o lago, nem sempre, só às vezes, só quando os corpos se apetecem e os humores estão em sintonia.

Sem preocupações ou complicações, sem dramatismos ou racionalizações vãs.

segunda-feira

Caí da bolha ou os as merdinhas que nunca mudam

Dos ecos que chegam à bolha da minha felicidade os problemas são sempre os mesmos, sinto que nestes últimos dias andei quilómetros em frente porque fui corajosa e enfrentei os meus fantasmas e quando volto, por força das circunstâncias, ao mundo real nada mudou e no entanto, sinto-me tão maior, tão melhor, tão mais feliz que não percebo porque as coisas não se transformam e mudam.


Sempre os mesmos conflitos, as mesmas questões, as famílias disfuncionais, a falta de dinheiro, a falta de compreensão entre pessoas que se deveriam entender, caminhos distintos percorridos por pessoas do mesmo sangue e como diz o outro "makes me wonder" se vale a pena criar laços com outras pessoas e sim, é esta a questão que me persegue e sempre me partiu a cabeça e me faz ter medo de quem se chegue perto.

As cobranças, as palavras duras e ditas nos momentos de maior fragilidade, o uso do conhecimento do outro para magoar, a confiança que damos a quem nos conhece desde sempre e que nos infringe os mais duros golpes. Tudo sem pudor, tudo sem razão, tudo pelo orgulho, pelo poder e pela vontade de ditar o caminho dos outros, mais que o seu próprio.

Saí da minha bolha e dói-me a cabeça, saí da minha bolha e fiquei com comichão na cara, saí da minha bolha e nada pode aplacar esta vontade que tenho de me esconder outra vez!
Saltei para o redemoinho das emoções e da entrega. Partilho contigo o meu mundo, sem artifícios, o meu corpo, a minha pele, a minha respiração que se entrelaça na tua.

Os meus dedos e os meus braços procuram-te na noite iluminada pela lua cheia. Fazes-me bem, inspiras-me, respiro-te e levo-te no meu dia, no meu sorriso um bocadinho dos teus lábios, em mim o teu perfume!

Arrebata-me, leva-me nos teus braços para o teu íntimo.

quarta-feira

O passarinho verde

Sinto o cheiro da descoberta e sinto-me segura para ir até onde me quiser levar! O mistério é bom, a minha pele anda melhor.

Perdi o medo e vou até ao sorriso luminoso... Porque a vida não pode ser só pesada e com desilusões, preciso de alguém que a queira descobrir comigo. A minha pele está luminosa e a alergia já era.

Decidi então que a minha ansiedade e o medo não mandam aqui e assim, sinto-me mais livre e leve. Vi um passarinho verde e parece que ele me viu também!

No fim de semana rumo ao lar, doce poiso, esperam-me abraços e sorrisos familiares. Tenho muitas saudades dos vossos sorrisos e gargalhadas. A minha querida mãe, companheira e amiga faz anos, mas isso são outros assuntos.

Afinal o Inverno vem aí, traz com ele o frio e a chuva, precisamos de nos aconchegar uns nos outros, mais que na Primavera, estação de liberdade e corpos à mostra e faces rosadas.

Venha o Inverno, espero estar com o coração e a alma mais quente e uma escrita ainda mais pirosa.

quinta-feira

Porque estão as casas furadas à face da linha do comboio?

Quando nasci estavas lá para me dar o primeiro sorriso, a primeira palavra, para me aconchegares nos teus braços e corpo grande. A tua menina. Foste tu que me escolheste o nome. Depois quando os nossos caminhos se separaram, tu continuavas lá. Eu pequenina no teu colo, as fraldas e o biberão a saírem do teu casaco...íamos pelo caminho, no comboio cresci a perguntar porque é que as casas estavam furadas à face da linha de comboio, tu tentavas dar-me uma explicação que eu compreendesse, mas eu nunca me dava por contente com a resposta que me davas naquele dia e no fim de semana a seguir perguntava novamente, à espera de a resposta ser melhor.

Porque estão as casas furadas? Hoje, tenho 25 anos e ainda gosto de andar de comboio, de ver as casas furadas a passarem a alta velocidade pela janela do comboio. A razão para as casas estarem furadas já conheço e até sei dar uma justificação vinda da minha cabeça. Esse problema ainda me atormenta, porque ficam as casas furadas? Porque ficamos nós também furados e com vazios pequeninos?

Mas tu agora já não me tentas dar respostas às minhas dúvidas, achas que já cumpriste o teu papel. Por vezes, dizes-me que sou melhor que tu. Não, sou igual a qualquer um, igual, com furos, falhas e tudo mais.

As casas furadas atormentam-me na mesma, porém já não andamos de comboio, já não vemos as paisagens a passar a alta velocidade em frente aos nossos olhos.

Não sei se te desiludi, se esperavas mais, não sei porque não falas, não estás presente e por isso, és o meu maior furo, a minha casa está furada!


Quando um dia já não houver mais tempo para nós, quando o teu tempo tiver passado sei que vais ver que as nossas casas estão furadas, porém, nesse momento vai ser tarde demais para taparmos o furo.

quarta-feira

O tema do Clube de Jornalistas desta semana prendia-se com a precariedade dos jornalistas. Jornalistas mal-empregados, assim se intitulava o debate. Confesso que não vi a maior parte do programa, mas o bocadinho que apanhei deixou-me a impressão que apenas se constatou factos em meias palavras.

Todos sabemos que o jornalismo precário existe e que pior que isso, existe uma grande discrepância entre os jornalistas, uns ganham salários milionários, outros estão no intermédio e os restantes, a maior parte, digo eu, andam sempre com a corda ao pescoço. Sabemos também que a entrada no mundo do trabalho é complicada e muitas vezes impossível e mais grave que tudo isto, e ainda bem que os intervenientes o admitiram, que na classe jornalística existe uma falta de solidariedade enorme e um aceitar do estado das coisas como se este fosse inevitável ou natural, quem se safa, safo está, quem não o fez que se tivesse feito à vida.

Triste. Quando fiz o meu estágio curricular senti realmente uma falta de solidariedade para com os estagiários, pelo menos estes, já que esta era a minha condição. Esta parte da discussão dos jornalistas estagiários, apenas apanhei o fim e o que apanhei entristeceu-me. Para o director da redacção da Lusa, presente neste debate, é normal que os estágios curriculares existam e são até justificados. As universidades pedem aos jornais para que os seus alunos tenham formação em tempo real e em contextos à séria nas redacções e portanto, este estágio faz parte da nossa formação e é apenas celebrado pelas universidades e pelas empresas de meios. Ora, isto é fazer-nos de parvos. Basta ver alguns anúncios para recém-licenciados nos portais de emprego para perceber que os estágios curriculares são a maior invenção dos últimos tempos e que não se ficam pelo protocolo celebrado entre as faculdades e os jornais. São prática comum e corrente, levados a cabo sem qualquer regra ou monitorização das faculdades, das empresas ou por quem quer que seja.

Os estágios curriculares são bar aberto no jornalismo nacional, sem rei nem rock. São uma desculpa para suprimir a falta de pessoal nos quadros, porque as empresas não querem contratar mais profissionais para assegurar o que é preciso fazer para colocar mais uma edição cá fora.

As peças que os jornalistas estagiários produzem são publicadas e usadas na edição em causa como todo o restante trabalho feito pela redacção, podem ter menor importância por razões óbvias e lógicas, menos destaque, porque são menos importantes, mas asseguram uma parte essencial da publicação, no entanto não são pagas ao estagiário, ficamos pelo almoço e pelo subsídio de alimentação.

E a naturalidade com que tudo isto e muito mais se passa é de bradar aos céus, porém, num país de brandos costumes como o nosso, não é surpreendente.

Depois desta situação de trabalho não pago, para a precariedade, aqui sim precariedade laboral, porque a anterior situação é escravatura, exploração pura e dura vai um salto. Não existe respeito pelo trabalho do estagiário, passada esta fase e já na profissionalização, não existe respeito pela sua vida, pelas suas expectativas e pelo seu futuro, bem como pelo seu desempenho. Ficas a recibos verdes durante dez anos e mais nada e se arrebitas cachimbo, ficas sem trabalho.

Todo este processo é intimidatório. Enquanto estagiária sabe-se o quanto é difícil furar para entrar, sabe-se quantas horas se tem de trabalhar sem nada receber em troca e muitas vezes, nem uma formação decente acompanhada existe, como profissional com carteira a coisa não melhora muito. Mas já vamos todos mansos, vamos todos orgulhosos e contentes porque fomos escolhidos entre mil, porque conseguimos exercer a profissão e vencer num meio tão competitivo e duro e com a conversa do costume. Se não quiseres este lugar há muito quem queira, anda para a frente que atrás vem gente.

Por outro lado, não compreendo a posição do sindicato de jornalistas perante tudo isto, não percebo o porquê de nas faculdades não se debater a realidade dura da vida profissional de um jornalista, da precariedade presente e do desrespeito perante os estagiários. Pelo uso e abuso do estágio curricular, pela sua desvirtuação reiterada, pelo lavar das mãos de todos os actores deste filme dantesco.

Nos 25 cursos no campo da Comunicação deste país educam-se e formam-se massas acríticas e acéfalas, criam-se e alimentam-se sonhos não concretizáveis, não porque as pessoas tenham mais ou menos talento, não porque não tenham grande consciência do exercício da profissão, mas porque o ensino é podre e ultrapassado, pouco ou nada ligado ao mundo real e ritmo de uma redacção. Nunca nenhum professor me disse que tinha passado por situações precárias ou que as vivia naquele momento, nunca as discussões foram verdadeiras, porque nunca ou raramente vi jornalistas e intervenientes a assumirem as coisas como elas são. Precárias, desiguais e exploratórias.

O mercado é assim, o problema está nas grandes empresas dos media que concentram em si inúmeros meios distintos, rádios, jornais, televisões, portais de internet, produtoras de conteúdos. Sim, é uma realidade pesada de se ultrapassar e muito difícil de analisar e resolver, mas os direitos básicos laborais dos jornalistas são esquecidos pelos próprios pares, os maiores predadores dos jornalistas são eles próprios que desrespeitam reiteradamente a sua classe, os seus pares e o seu próprio trabalho, ferindo a classe e a sua dignidade. Muito porque são vaidosos e se dão demasiada importância, só olham para o seu umbigo, porque se tem em muito boa conta e se acham pedras e provedores da democracia, quando são os próprios a feri-la de morte.

Ferem-na de morte, porque não são solidários, porque não são reflexivos, porque não respeitam os seus princípios básicos e compactuam com o estado das coisas porque são os primeiros a serem força de bloqueio, cães de guarda do poder estabelecido, perdendo a sua independência e objectividade possível no exercício da sua profissão. Também os primeiros a não falarem sobre a precariedade do exercício da sua profissão. Aliás, para que tudo isto se comece a discutir é necessário que o novo estatuto ameace o exercício da profissão gravemente e as preocupações destacadas pelos jornalistas na redacção das notícias sobre a aprovação do estatuto sejam o facto de qualquer pessoa mesmo não licenciada possa aceder à profissão.

Preocupações a meu ver menores, já que foi assim que se começou a exercer jornalismo e o facto de as pessoas serem licenciadas ou não, não determinar um exercício excelente da profissão. Quanto e quantos jornalistas formados não são nódoas gritantes no jornalismo, quantos licenciados em jornalismo não se deviam dedicar a outra profissão, por não terem qualquer noção do que é o jornalismo, por não saberem escrever e mesmo reflectir e analisar os assuntos, por não conhecerem os princípios básicos de uma notícia ou por simplesmente não fazerem ideia do mundo onde vivem.


Não escrevo tudo isto porque estou ressabiada ou ferida de morte por não conseguir exercer a profissão que escolhi, escrevo este texto com a consciência que a precariedade no exercício e a impossibilidade de acesso ao jornalismo serem de facto discussões essenciais na sociedade actual e que primeiramente deverão ser debatidas pela própria classe e incluindo os recém licenciados para que assim estes sejam mais que massas amorfas prontas para dizerem Ámen a tudo o que se passa e a tudo o que lhes é proposto.

O jornalismo existe para informar e esclarecer os cidadãos, existe para que se tenha uma sociedade plural e mais esclarecida e por isso é inaceitável que ajam jornalistas que se recusem a dar o seu depoimento para o debate com medo de represálias, que existam profissionais que depois de contribuírem para o programa desta noite, peçam para serem retirados do programa.

Perante este exemplo é fácil perceber que caímos no fundo do poço, chegamos à recta final e que mais baixo que isto não podemos descer. Se um jornalista não pode falar abertamente sobre a sua experiência profissional e a realidade de todos os dias, mais nenhum trabalhador o deve fazer, mais nenhum cidadão se sentirá seguro ao falar das suas condições de trabalho. Não que o jornalista seja o exemplo imaculado e democrático que o cidadão comum deva seguir, mas se aquele que domina e conhece os meios de comunicação, meios privilegiados de difusão de ideias, debates, opiniões e realidades não se pode exprimir livremente, então, meus amigos, fechem as lojas, porque afinal a censura existe e está viva nos nossos espíritos e existe no nível mais básico, ferindo os nossos direitos adquiridos nas últimas décadas, não só enquanto jornalistas, mas enquanto cidadãos.


terça-feira

1, 2 & 3 and we are back!

Durante quase um mês deixei de ter computador e percebi o quanto fiquei condicionada. A vontade de voltar a esta janela era muita e hoje durante o dia só pensava que podia novamente escrever. Claro que podia ter pegado num lápis e num papel e escrever e até o fiz, mas não flui como aqui.

Neste mês que passou nada mudou, vi uns olhos bonitos e um sorriso enigmático que me apetece explorar, porém falta-me a coragem. Bahhh tão grande e tão fraca!

Concentrei-me mais no trabalho e passei a vivê-lo mais intensamente, já que deixei de constantemente procurar outras oportunidades de trabalho, ora aí está um ponto positivo, li mais, descansei mais e sonhei mais de forma autónoma, quando me farto de ler faço as minhas próprias histórias na minha cabeça, maior parte delas não as posso contar aqui. A minha imaginação é tão fértil que parece substituir a própria vida e assim, vou vivendo com ela e dentro dela, num mundo em nada perfeito, mas meu e de confiança!

Agora que aqui me deparo, exploro os sítios de sempre, vejo o que alguns dos amigos têm andado a fazer e que estão longe, vejo que receberei visitas em breve, visitas importantes e alegres...

Hoje o meu irmão fez anos. Entretanto a minha querida afilhada também fez um ano de vida, data importante e plantamos uma árvore e tudo e naquele dia eu senti com muito orgulho e satisfação que faço parte de mais uma vida e que esta pequena pessoa faz parte da minha! Estendi os conhecimentos e aproximei-me de outras realidades, de outras esferas dos amigos, senti-me incluída ainda mais nestas vidas e caminhos, vi-me a percorrer a existência com mais referências, mais amizade, carinho e fraternidade, vi-me a fortalecer laços e a encurtar distâncias. E isto é bom!

Também tenho a certeza que tenho que fazer um refresh à minha vida! Um restart, não pensar que tudo está traçado, porque sou eu que traço o caminho, quero muito ter força para fazer um restart, mais acção e menos reflexão!

Não é que esteja aqui a começar uma nova era, mas preciso de acreditar mais e mais, recuperar alguma candura perdida e por isso, vou explorar o sorriso intrigante e o olhar límpido que se apresenta, nem que para isso tenha de revirar as entranhas e enfrentar as inseguranças, as certezas estabelecidas, quero quebrar com as paranóias e deitar fora o lixo, deixar de pensar que me podem aprisionar, mas sim que vão ajudar a libertar! Preciso de me atirar de cabeça para o desconhecido.

Dói-me a cabeça ao pensar tanto e fazer tão pouco. No outro dia, disseram-me que Karma é Acção e pelo que sei, ainda não se paga por tentar e agir. Por isso, sempre que se cruzarem comigo por aí, perguntem-me se já agi, pressionem-me a agir, a mergulhar!

Porque apesar de hoje ter sido um dia de merda, stressante e banal, não perdi o sorriso, nem perdi a vontade de ir mais além. O que me tira as forças é a inércia, e essa, tenho de combater com Acção.

P.S e veio mais uma bebé ao mundo, já me tinha esquecido! Bem vindos sejam os novos sopros de vida!



Há mais ou menos uma semana que os monges budistas fazem encabeçam manifestações na Birmânia, aos monges juntaram-se as freiras e o povo deste país dominado por um ditadura militar. Hoje foi imposto o recolher obrigatório!

Ainda não aconteceram episódios violentos, apesar de neste país os presos políticos serem mais que muitos e um Nobel da Paz estar detida na sua casa desde 2003 por entre outras coisas, ter ganho as eleições democraticamente.

É importante que estas pessoas consigam mudar alguma coisa no seu país, que consigam impor a vontade soberana do povo, que vivam democraticamente e que os seus direitos não sejam atropelados. É importante para o seu bem estar e importante para todos os povos do mundo que lutam por regimes políticos democráticos e livres. É importante para nós, que vivemos em regimes democráticos, mas já de alguma forma viciados e que tantas vezes nos desencantamos, não esqueçamos que esta é a primeira conquista a de ser livre, o primeiro passo para evoluir é podermos ser nós a decidir o nosso destino.

Por isso, me solidarizo com estas pessoas e espero que a comunidade internacional pressione os militares a chegarem a um entendimento e espero que evitem o pior: um banho de sangue.


quarta-feira

#10 - lol! Nem sei que escreve na legenda desta foto:) Deixem os vossos comentários e impressões sobre o ruivaço!

segunda-feira

9# Pelas ruas de Oia (Santorini). Eu, a Ana e o Yuri. Esta e outras fotos fabulosas que tenho foram tiradas pela Luludgi- mãe do Yuri, fotógrafa e uma grande curtida. Grande aquisição de Verão, os chapéus de palha;)

terça-feira

#8 - Continuamos pelas casas de Creta. Na última manhã que tivemos em Creta acordamos numa praia a uns quilómetros de Iraklion que foi bem difícil de encontrar. Acabamos numa subida de terra batida com uma praia deserta que tinha tão só uma placa a proibir o campismo selvagem, problema que poderíamos ter contornado, não fosse a areia desconfortável.

Levamos cinco horas a encontrar um sitio para dormir. Em Creta e especialmente neste lado ocidental da ilha, os empreendimentos turísticos são mais que muitos e as zonas livres de presença humana estão bem escondidos.

Na noite que antecede esta foto ainda experimentamos dormir em frente a um hotel. Impossível! A música a bombar e os mosquitos a atacarem foram suficientes para que rapidamente fôssemos em busca de outro sitio. Lá encontramos e apesar de o mar estar à nossa frente, a paisagem mais bonita está mesmo atrás do jeep: um mato cerrado, verde. Mesmo no lado esquerdo do carro umas ruínas assustadoras de umas casas enfiadas num socalco de terra castanha.

Confesso que depois das cabras a minha maior preocupação era acordar no meio delas, as gajas saltam que se fartam e nas montanhas que nos rodeavam seria bem provável que vivessem muitas! Mas não, dormimos sossegadas, meias tortas e com a ondulação do mar a embalar o nosso sono pesado. E confesso que foi a primeira vez que tive frio na Grécia dentro do nosso carro descapotável! O vento entrava pelo carro adentro e gelava-me a cabeça, aliás, de todas as noites que passei lá, foi a única em que me meti dentro do saco cama e desejei que ele fosse ainda mais comprido, assim um sarcófago protector e quente! Porém, o cansaço de turista é lixado e acabei por adormecer. Sempre alerta, porque se de manhã esta praia era mais um spot encantador e delicioso, durante a noite era mato envolvido por ruínas, uma estrada de terra batida que não sabíamos onde acabava, um bar fechado e uma casa feia com uma luz acesa. E claro, o mar a bater nas rochas.

Creta na sua generalidade, é uma ilha de beleza natural rude e austera, tipicamente mediterrânica, rural e castanha, onde é fácil fazer filmes e morrer de medo durante a noite;)

segunda-feira

7# Esta era a nossa casa em Creta. Aqui estávamos no começo do segundo e último dia nesta ilha, algures depois de Chania, uma das cidades de destaque da ilha.
Este foi o acordar mais bonitos de todos. O mar, a praia e lá ao fundo, no horizonte o nascer do sol cor de laranja. Para abrir a pestana com vontade e energia para grandes descobertas.
As fotos boas só chegaram agora e vai ser difícil escolher, portanto e para manter a chama acesa, vou continuar o especial Grécia, mesmo depois de já ter passado justamente um mês de lá estar.
O jeep foi sem dúvida uma boa aquisição que por nossa vontade teria sido um carrinho mais pequeno e comedido, porém e segundo a grega desdentada que nos alugou a viatura, este jeep era o único disponível na imensa frota do rent a car do porto de Iraklion capital de Creta e a terceira maior cidade da Grécia.
Foi a Iraklion que chegamos depois de uma noite de viagem, num barco do tamanho de vários prédios que eu costumava ver da janela da casa de Leça e que passavam dias atracados no Porto de Leixões.
Tive aqui a oportunidade de fazer uma viagem num destes gigantes do mar. O Knossos Palace, um mastodonte vermelho e alcatifado. Dormimos no deck forrado à tal alcatifa vermelha, limpa e imaculada como uma série de outros viajantes. Chegamos a Iraklion às cinco e meia da manhã e esperamos lentamente que o porto ganhasse movimento para nos fazermos ao caminho. Nos entretantos conversamos com a mulher da rent a car, tomamos o pequeno almoço e fizemos a higiene intima!Ainda aprendi algumas palavras em grego e tudo.
Consegui dormir nos bancos e mesmo assim ainda esperamos para caramba que os gregos abrissem os guichés e nos vendessem os bilhetes e nos alugassem o carro. Tudo com muita calma.
Dali partimos preparadas para mais uma ilha grega, num jeep branco e descapotável. A viagem continuava e continuava também a descoberta, sempre em busca das melhores praias.

De resto: relaxing by the beach all day long;)
Fucking beautiful endless summer!!

#6 Estes são os burrinhos que subiam as escadas até às vilas no cimo das escarpas das ilhas! Um cheiro que não se podia. Por alguns euros a subida até à vila era bem mais rápida e nada sofrida, pelo menos por nós!

quinta-feira


5# As motos na Grécia são uma curte!Esta estava mesmo à porta do parque de campismo de Santorini. Adorei, acho que é daquelas que temos que dar aos pedais para andar.

Na Grécia é um transporte muito comum, desde as mais sofisticadas às mais simples, os gregos têm um fétiche com elas. Ir à Grécia e não andar de moto é como ir a Roma e não ver o Papa;)

sábado


4# Em Santorini, uma das ilhas mais célebres e procuradas da Grécia a par de Mikonos. Esta ilha de origem vulcânica ainda é grande e uma estância de férias de luxo. Fira é a capital da ilha e é perto desta cidade que se encontra o porto de Athina o mais movimentado da ilha e onde chegam os barcos cheios de gregos e turistas. As cidades e vilas situam-se no cimo das escarpas e quase todos os aglomerados populacionais tem um pequeno porto, dantes pescatório e agora povoados de restaurantes e comércio e serviços ligados ao turismo.

Neste dia fomos fazer um tour de barco nas galeras tradicionais dos pescadores, agora usadas para passeios que incluem uma série de visitas. Começamos por ir visitar o vulcão que a última vez que teve activo foi na década de 60 e causou grandes estragos nas ilhas. Um monte de areia e pedra preta, árido e quente (ainda mais que no resto das ilhas). Cheia de gente a ilha do vulcão é uma visita interessante e dividida e pontos de erupção, que são três! De seguida, fomos tomar banho nas águas termais do mesmo vulcão. Uma sensação de liberdade saltar de um barco para o mediterrâneo e nadar até às águas quentes e castanhas de enxofre.

De seguida fomos almoçar a mais um porto pescatório, onde o cheiro a comida era super-intenso e as águas eram transparentes para não variar e quentes, claro!

As vilas e cidades de Santorini situam-se no alto como já referi e deste lindos portos distam perto de 300 ou mais degraus que é preciso subir para estar verdadeiramente nas cidades. A opção é ir de burro e em Fira existe mesmo um teleférico que não experimentei, mas que deve ter uma vista deslumbrante. Para Oia, a cidade onde fomos depois de almoço no nosso tour e onde o propósito era ver o pôr do sol (chegamos então ao tema da fotografia:)), tivemos que suar muito, nem sei quantos degraus subi, mas sei que custou, além de termos tido umas peripécias pelo caminho, vários encontros imediatos com os burros e cavalos que fazem o tal percurso a voltarem para o porto! Às tantas as escadas estavam por conta dos burrinhos e só me restou ir para cima do muro, de um lado uma escarpa de meter respeito até ao mar e do outro, um manada de burros desenfreados a serem conduzidos por um grego louco a apontar para a esquerda e a gritar para a direita num inglês mal amanhado!

Enfim, quando chegamos a Oia o encanto foi imediato, ruas e ruas de casinhas brancas e bem arranjadas ao longo da encosta com spots lindos e lojas luxuosas. O luxo sentia-se nas ruas e nas pessoas. Outro mundo chique e caro, valeu pela beleza arquitectónica e pelo silêncio que se fazia sentir nas ruas o que proporcionava uma sensação de tranquilidade e descontracção. Esta fotografia é o objectivo final do tour: ir ver o pôr do sol a Oia.

Às tantas a beleza era tanta que tive medo de não a conseguir apreender na sua totalidade e comecei quase a ficar angustiada, no fim senti um imenso vazio, mas pronto a ser enchido novamente, renovação depois de um passeio agitado e espectacular que culminou num pôr do sol divertido e partilhado com imensa gente sentada pelas escarpas da ponta oeste de Oia, mas isso é outra foto.

quinta-feira



3# A Lagoa Azul - a.k.a o paraíso - Balo, a tal praia na ponta mais Oeste da Ilha de Creta. Água azul e quente num dos sítios mais bonitos e avassaladores que alguma vez tive oportunidade de estar! Oh tempo volta para trás....

segunda-feira



2# Mais uma foto da Grécia! São tantas que gostaria de partilhar, só para que vejam um bocadinho do paraíso como eu o vi, senti mesmo aquele país de uma forma próxima. Estava a precisar de sair daqui e deixar que a Natureza, a novidade e outras paragens me encantassem, me fizessem sonhar e mais que isso, me devolvessem energia e serenidade para mais um ano de labuta.

Aqui, a caminho de Balo a ponta mais Oeste de Creta. Fizemos um caminho de 11 Km por caminhos de cabras e aqui estão elas, sempre a subir a falésia e lá em baixo o Mediterrâneo, um lago gigante rodeado por montanhas rochosas e áridas. Pelo caminho esta capela depois de termos avistado muitas Kri-Kri - as cabras nativas de Creta - lindas e com uns cornos enormes.

Ao lado desta capela havia um jardinzinho nos socalcos da falésia. Deviam ser umas nove-dez da manhã e o sol já queimava bem e iluminava mais um dia de aventura.


Loucura quando chegamos a Balo, uma lagoa de água azul, no fim de uma escarpa, água quente e cristalina, ali, entalada pelo Mar Nostrum! Fabuloso.

Quando estacionamos o carro a meio km da dita praia encontramos também uma esplanada linda no cimo do monte com um menino lindo de olhos claros e um cão mais que cansado que fugia como podia das cabras de grandes cornos que por ali se passeavam. Fomos até à praia e deixamos o nosso carro aberto atrás entregue ao seu destino...qual o meu espanto quando lá chego e percebo que as cabras me comeram a comida toda que tinha ficado no banco de trás do jeep. Pois, tal foi o banquete que uma cabrinha sem cornos e malhada ficou à nossa espera para receber festinhas, toda doce. A cabra!!!

Além disto, que já é muito, neste dia acordamos de frente para o mar às 6:3o da manhã com um bonito, vermelho e alaranjado nascer do sol. Eram sete da manhã e água do mar já estava cálida! Ao lado uma série de tendas, casas ambulantes de gregos a desfrutarem o que o seu país tem de melhor.

Amanhã posto mais uns quadradinhos de Paraíso que neste momento ardem sem freio para grande tristeza minha e de todos os que lá vivem!

quinta-feira



Agora que já tenho fotos da Grécia e do meu saudoso Mediterrâneo a coisa já se torna mais completa e posto uma foto minha em Atenas, numa casa linda que agora é a embaixada de Espanha e que fica em frente à Acrópole ou cidade alta.

Na Acrópole de Atenas foi construído o Partenon em honra da deusa Atena, protectora da cidade a mando de Péricles por volta de 450 a.c. e ali se situavam as instituições e edíficios mais importantes da cidade. A acrópole ateniense é uma das mais conhecidas do mundo e ali estão as fundações da civilização e cultura ocidental.

A vista sobre a cidade que entretanto cresceu é impressionante. À volta da Acrópole estão todos os bairros mais antigos da capital da Grécia e também os mais bonitos. Como é o caso de Pláka( bairro antigo já assim denominado pelos antigos invasores da cidade e posteriores ao declínio da Grécia, na idade antiga).

Atenas é uma cidade suis-generis e dentro dela coexistem mais uma ou duas cidades, isto porque a parte bonita da cidade é apenas e tão só a parte velha constituída pela Acrópole, Pláka, Monastikiri e pouco mais. A restante cidade enorme e cheia de gente é feia e suja, faz um calor abafado e às três da manhã ainda estão 30º graus sem correr um ventinho. Porém, Atenas é uma cidade vibrante, onde se dá pontapés em monumentos, mas também se sente vida. Os gregos ainda habitam a parte mais antiga da cidade que está exemplarmente conservada e tratada e também vivem no resto da parte central da cidade que se assemelha mais a uma metrópole árabe do que a uma capital europeia como Paris, Madrid, Londres ou Lisboa.

As praças não são majestosas, nem os monumentos próximos do que estamos habituados, mas sente-se vida em Atenas, sente-se movimento.

Os gregos são donos de fortes personalidades e gestos excêntricos e expansivos, são apressados e stressados, Atenas é o reflexo deste génio barulhento e mediterrânico. As esplanadas enchem os passeios da cidade e nunca vi cafés com esplanadas tão requintadas, sofás, cadeiras mais baixas, de jardim, redes e nas ilhas é bem comum ver chaise longues a torto e a direito, isto porque os gregos adoram esplanadas e por mais turística seja certa zona, iremos sempre encontrar um grego refastelado a beber frápe e a fumar um cigarro.

Os gregos fumam imenso e bebem café que é uma coisa parva, são amigos do descanso e do hedonismo, têm um país que puxa para o relaxamento, disso não tenho dúvidas. Os amigos portugueses que estão lá a trabalhar dizem que existem sem dúvida dois estados possíveis nos gregos: o estado de stress absoluto ou do relax e simpatia quando estão de férias e a relaxar nas esplanadas.

Deu-me impressão que os gregos não gostam muito de trabalhar, muito menos os atenienses gostam mais da esplanada e do frápe e de motas, mas esta será apenas uma impressão, é que o calor é muito e torna impossível qualquer actividade entre o meio-dia e as cinco da tarde!

No entanto Atenas bule e bule todo o dia, nos mercados, nas ruas, nas lojas, nos pontos turísticos ou nas zonas mais afastadas dos postais para o forasteiros. A cidade acorda cedo e adormece tarde, talvez até nunca durma, tal é a quantidade de café que corre nas suas entranhas. Para que conste, o frápe (café frio) é a bebida nacional, vai para lá do Ouzo(aguardente com anis), esse já era.

Gostei de Atenas e fiquei com vontade de a explorar a outras horas, gostei da cidade por ser variada e única na sua imponência pouco convencional, não deixando de ser acolhedora.

quarta-feira


1# No passado mês de Maio fomos ao casamento de uma colega de faculdade em Azeitão. Foi uma emoção como seria de esperar. Meses antes andavamos histéricos com as prendas que iríamos dar, com os vestidos, os sapatos e a disposição para o tão aguardado dia.
Quase todos os meus amigos dizem que não querem casar, que nem pensar em festas tradicionais e famílias reunidas, no entanto, quando algum se chega à frente e acaba por tomar o caminho mais que natural de se casar com pompa e circunstância, lá vamos todos a trás e levamos a coisa a sério. Preparamos o dia com antecedência e uma semana antes já está tudo em estágio no cabeleireiro, nas lojas de sapatos e vestidos. Os acessórios e maquilhagens são pensados ao mílimetro. A excitação é tal que parece que nos vamos casar todos naquele dia.
Por mais cínica que a nossa geração seja, criada na facilidade do divórcio, habituada às uniões de facto e desde cedo a viver com os companheiros e companheiras, na partilha de casa e de vidas, mas sempre sem procurar laços afectivos efectivos, o coração derrete quando alguém se chega à frente e assume esta herança cultural que é a cerimónia matrimonial mesmo que a celebração do casamento seja feito pelo civil. Acreditamos que com eles será diferente, que quem se ama tem essa necessidade de mostrar ao mundo o seu enlaçe e depois todos temos direito ao nosso conto de fadas, ao vestido branco de princesa, à festa com baile e por isto, e muito mais o casamento da Joana e do Timóteo foi uma emoção e uma alegria. Uma festa interminável vivida semanas e até meses antes que terminou em êxtase com o amigo Sérgio a roubar comida e os gaijos a reciclarem charutos no cinzeiro e a beberem wisky à latifundiários e homens de negócio.


segunda-feira

Uma aventura na Grécia - Parte I

De volta de uma das viagens que mais gozo me deu fazer. Avião, carro, mota, jeep, pernas para que te quero, barco, aliás barcões e super-jets e muita praia, sol e descontracção pela estrada fora e terras desconhecidas.


A ida à Grécia foi tudo de bom e revitalizante apesar do cansaço acumulado e físico que sinto, depois de dormir no carro, na tenda e por aí. Tirei mais que mil fotos, vi pôr do sol lindos e nadei em águas calmas e transparentes. Muitas cabras Kri-Kri pelas montanhas. Ilhas e gregos loucos.

Começamos a viagem com o voo atrasado e uma espera de sete horas na Portela e uma consequente dormida em Madrid, conclusão chegamos a Atenas um dia depois do programado, seguimos para a ilha de Léfkada no norte da Grécia, acampamos de noite e quando acordamos às oito da manhã com um sol abrasador estávamos numa língua de areia linda virados para o mar-lago azul e transparente, quente numa praia feita de pedrinhas pequenas e muita gente a acampar ao nosso redor. Ao fundo, um café com guarda-sóis de palha e mesinhas requintadas, mas ainda não tínhamos visto nada, pequeno-almoço em frente ao mar e estrada aqui vamos nós.

Passados cinquenta quilómetros a ilha de Léfkada, uma fila gigante de carros, saí toda a gente dos carros e rapidamente começamos a falar com os restantes viajantes, dicas para aqui e para ali. Léfkada é uma ilha que fica a 500 metros do continente que dá para passar a nado, tal é a pouca distância que nos separava do continente. A ponte que une os dois bocados de terra é móvel, a estrutura que suporta as partes levadiças é parecida com um barco e nessa manhã estava avariada, conclusão, precisávamos de esperar por uma nova ponte... O que poderia ter demorado horas, acabou por ser facilmente resolvido pelo espírito prático e fluído dos gregos, um outro barco conseguiu unir as duas margens e aqui vamos nós para Léfkada nome da maior cidade desta ilha.

Ao chegar a confusão de pessoas confunde os olhos, barcos à vela, barcos de passeio, motas, carros, gregos em férias, muitos estrangeiros e sobretudo muitos italianos que fazem das ilhas gregas a sua estância balnear. Léfkada é uma ilha verde ao contrario de uma série delas para sul que são mais áridas. O verde das falésias contrasta com o azul claro do mar quente que banha as praias de pedrinhas brancas mais ou menos grandes, conforme a praia. Aqui, vê-se paisagens paradisíacas. A12 Km fica a cidade de Agios Nikitas (Agios é santo ou santa em grego), uma vila piscatória do tamanho de uma rua que desemboca numa praia em forma de enseada. A pesca à muito que sucumbiu ao turismo e as casinhas coloridas dos gregos são agora restaurantes, mini-marketes e bares, pensões e casas de férias com pátios lindos e frescos cobertos com vegetação.

O parque de campismo a 1 quilómetro da vila tem sombra de oliveiras e um pequeno jardim apetitoso em frente ao bar com redes e cadeiras de baloiço. A afluência é tal que já se vêem pessoas a acampar do lado de fora do complexo com acesso à casa de banho e todas as restantes infra-estruturas do parque. Estamos na Grécia e tudo, pelo menos quando os gregos tão de férias, é para ser vivido com muita calma. O caminho até ao parque é sempre a subir e o sol abrasador e as mochilas pesadas não ajudam, mas depois de meio-hora a caminhar lá chegamos ao parque de campismo de Katishima.

Próximo passo, alugar uma motoreta e explorar a restante ilha. Todas as localidades e praias ficam a mais ou menos sete quilómetros umas das outras. A aventura da motoreta foi deliciosa e deu para conhecer os gregos na estrada. Experiência do outro mundo em estradas de montanha e muitas vezes em más condições, mas sobrevivemos e divertimos-nos para caramba. Nem sabíamos quanto dinheiro pôr para encher o depósito, mas com a ajuda de uma tradutora lá conseguimos chegar ao depósito cheio e a uma amizade com o velhote da bomba de gasolina.

Próxima paragem a praia de Katishima, lá no fundo da falésia e umas curvas lixadas!

A história contínua a amanhã e ilustrada com fotos espero!

terça-feira

Já tive o primeiro cheirinho a férias, quatro dias de sol, praia, amigos e música. Alentejo e loucura, lua cheia e temperatura amena, areia nos pés e muito ritmo.

Assim foi o fim de semana em Sines, sempre a rockar até altas horas da manhã ou não. As horas de sono foram poucas, mas compensadas com momentos de diversão e sorrisos de amig@s sentidos e alegres.

É bom estar sentado ao pôr do sol na praia na conversa com as gentes, ver a lua a pôr-se e o sol a começar a despontar, acordar com calor abrasador na tenda e ter vontade de dar um mergulho no mar, encontrar em cada esquina amigos que raramente vemos no corre dos dias e ficar por ali, na conversa, nos sorrisos, só a matar saudades das caras há tanto tempo esquecidas.

Sem tempo, sem prazos saboreei estes dias até ao fim! Fiquei com vontade de mais e senti falta do pessoal do costume, da partilha da festa e da dança, da comunhão do sorriso e da gargalhada, das cumplicidades dos olhares na descoberta de outros sons.

Espero-me encontrar com esse pessoal brevemente, aliás, já sinto o movimento dos corpos a dirigirem-se para sul, ouço o fervilhar e a ansiedade de nos encontrarmos e mergulharmos nas águas frias do Alentejo. Tenho saudades das noites de conversa sem hora para dormir, não interessa se é tarde, se é cedo. A tenda está já ali, o mar à nossa frente, o mundo pode esperar.

A aventura no Alentejo segue já a seguir!

sábado

Grécia aqui vou eu!!

Mais um destino se avizinha, estas férias vou até à Grécia, sol, calor, praia, águas quentes e praias paradisíacas, montanha, ilhas, barcos e travessias.


10 dias à descoberta do país onde o mundo ocidental viu nascer a sua génese. Avizinham-se dias quentes em barcos, comboios, carros e táxis colectivos, pousadas da juventude ou parques de campismo, dormidas na praia ou mesmo no carro. Apetece-me sentar nas esplanadas e ver o pôr do sol, as pessoas de um lado para o outro em busca do bronze perfeito, da diversão e do hedonismo.

Não quero saber os caminhos que percorro, se estou atrasada ou adiantada, sem tempo ou espaço definido, quero ir até onde os meus pés me levarem e deixarem. Ouvir uma língua da qual não consigo decifrar uma palavra.

Quem tiver sugestões de spots imperdíveis ou fundamentais na Grécia que se manifeste, por favor. Até lá, vou-me informar e ver se consigo pelo menos descobrir como se diz "obrigada" em Grego.

Férias!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira

Enquanto passava o fim de semana no Alentejo deparei-me com mais uma estória digna da praça pública ou do suplemento bizarro do jornal Sol, não que veja ou leia qualquer destas rubricas, mas sei da sua existência e até achei que poderia tomar a liberdade de lhes enviar um email a contar o sucedido. Porém como tenho um blogue para alimentar decidi escrever esta pequena estória de trapaças à portuguesa, passada no litoral alentejano.

Vai daí, um vizinho contou-nos que tinha comprado uma bela moradia à cerca de dois anos a cinco minutos da vila, onde a casa mais barata custa a módica quantia de 30 mil contos, além dele mais 449 proprietários se juntaram na urbanização e por mais uns trocos compraram ao empreiteiro alguns lotes e concordaram em não construir mais nenhuma casa, já que aquelas são casas de férias e quase no meio do pinhal, moradias caras e espaçosas que têm apenas terraços à frente das casas e nada de verde. No fundo, estas pessoas pagaram além das suas casas mais uns trocos, para em plena reserva natural terem direito a umas árvores e um espaço para as suas crianças brincarem e coisa e tal.

Constitui-se uma associação de moradores para fazer a administração deste espaço comum e plantaram-se mais árvores, o tempo passou as árvores cresceram e num cenário de desflorestação e cimento, lá se viu uma mancha verde onde as crianças da urbanização podiam brincar e os paizinhos passear, para os adolescentes deveria ser um bom spot para fumar os primeiros charros, em noites quentes de Verão, iluminadas pela Lua e as estrelas...perfeito! A família toda contente.

Qual não foi o espanto do meu vizinho quando ao chegar à sua casa de férias, percebeu que o parque já não existia, as árvores tinham sido cortadas, os bancos retirados, enfim, a tristeza e devastação, passaram todos a habitar sazonalmente numa paisagem árida e acimentada como em qualquer subúrbio igual à morada oficial. O vizinho da história chateado e desiludido foi à junta, à Câmara e até à polícia. Às árvores ninguém lhes conhece o paradeiro, ao empreiteiro também não, a associação de moradores que deveria manter e administrar o parque não se ouve uma palavra. Os papéis que provam que aquele terreno era dos moradores nem vê-los, ficou só a sobrar o desalento e tristeza do meu vizinho, numa esplanada do litoral alentejano que de mesa para mesa nos contou a sua triste estória.

Diz que se fartou de procurar e chatear quem o pudesse ajudar ou esclarecer, ninguém sabia de nada ou teria visto nada, nem mesmo as árvores. Mais um bocado e quase que se ponha em causa a existência do mini jardim. Os restantes moradores, conta o vizinho ficaram tristes, mas pouco ou nada fizeram.


O conjunto de lotes que terá sido comprado pelos moradores foi vendido duas vezes, as árvores também rende o seu dinheiro. As crianças e os adolescentes da urbanização ficaram sem parque para brincar, para dar os primeiros beijos ou fumar os primeiros charros. Os adultos e especialmente o meu vizinho, sofreu mais um abalo de como a vida é injusta e os empreiteiros é que mandam neste país.

Estórias destas nesta zona e noutras do Portugal maravilhoso não faltam. A costa alentejana nomeadamente está-se a tornar num novo Algarve e não há reserva natural que vá parar este facto, conseguiu durante 20 anos, porém a pressão é muita, os interesses inúmeros e o betão armado cada vez cresce em maior número, ao contrário das árvores.

Vive-se assim em vilas e cidades fantasmas habitadas por 5 mil habitantes na época baixa e muitas depressões à mistura e o triplo destes na época alta da Páscoa a Setembro. Sempre que vou ao Alentejo ultimamente fico triste e desolada e mesmo indignada com as coisas que ouço de investimentos futuros. O Alentejo está a saque, a saque por negócios e empresas estrangeiras, mas também por gente autóctone que deu o excelente exemplo de serem os primeiros a usarem e abusarem do seu património natural e paisagístico e de agora, o venderem e ser coniventes com a sua degradação.

quarta-feira

Cartas na blogosfera
Querid@s amig@s,

Não tenho cá vindo, tenho tido coisas para pensar e caminhos novos para descobrir. Quando se gosta da mudança não à dúvida que ela acontece e nos visita.

No trabalho agora tenho equipas maiores, fui transferida para um novo centro, tenho colegas novos e começo a aprender outras formas de ver a minha função de ver os entrevistadores. Aliviante esta nova situação, menos responsabilidade, é verdade, já me pesava nos ombros ter que responder todos os dias a mil perguntas, a mil olhares mais ou menos expectantes.

Em casa, não tenho gás faz cinco dias e depois de arranjar uma solução para este bem essencial, dei por mim a divertir-me enquanto preparo o banho de bacia e aqueço a água num fogão improvisado. Divirto-me a imaginar como seria quando a água canalizada e quente era um luxo e tinha-se de aquecer litros e litros ou até quando não existia água canalizada. Não é do meu tempo, com toda a certeza as pessoas que o viveram não deviam achar piada nenhuma. Mas para mim, habituada a todos os confrontos da vida moderna e confortável na cidade, diverte-me nestes dias ter que estabelecer estas estratégias e ter que me levantar mais cedo, experimentar o pitoresco.

Não aguento durante muito mais tempo, mas recordarei pelo menos esta falha com mais leveza e sentido de humor. Os dias andam tão lindos que seria um pecado manchá-los com irritações vãs.

Quando chego ao fim do dia, parece que já fiz mil coisas. Ando a gostar de sentir as manhãs de calor, quando o sol brilha a pique e ilumina a Lisboa tão branca, tem me encantado ouvir a vida mais silenciosa que se sente de manhã.

Tenho vivido mais sozinha que acompanhada e crio mais autonomia. Para a escrita é que isto não está nada famoso. Vou tentando.


Um beijinho,
Mariny

P.S - Apeteceu-me escrever uma carta!











Este é o meu 101 poste no MeiamaquinaMeiamulher. Nunca pensei que mantivesse esta porta para a evasão e delírio activa tanto tempo!
Em Maio fez um ano que tenho o blogue, mas fazer 100 postes parece-me bem mais importante, apesar de não escrever todos os dias, vou mantendo o estaminé activo. Sem qualquer linha editorial, estilo traçado ou objectivo definido que não o alívio de uma vida banal e maquinal. Sim, contínua a ser e não me satisfaz e neste espaço posso desconstrui-la e clarificar a minha cabeça e contar histórias e tecer considerações sobre tudo o que me vier à cabeça. É o meu espaço de liberdade e de reflexão, encaixo muita coisa depois de escrever umas postas de pescada no blogue. E isso basta-me! No ínicio este era um espaço onde aliviava a fustração e a dor de expectativas desfeitas, agora vejo-o também como um espaço catársico e como uma sala de estar, onde converso com quem me quer ouvir, onde recebo os comentários às minhas estórias e apoio dos que me são queridos. Desde do inicio da minha relação com a escrita que só consigo escrever quando tenho alguma dor ou mágoa, porém aqui, com a disciplina de manter a meiamaquina... activo fui aprendendo a escrever sempre que me faz falta, ajuda-me a manter a chama acesa, sem grandes preocupações, sem grandes estratégias, eu como sou e como me conhecem, deslumbrada, impulsiva, geniosa, porém sorridente e com esperança no que virá. Este é um espaço onde muitas e não raras vezes, me conheço, me exploro e reinvento. Onde me aceito e curo. Através das letrinhas com que vou enchendo esta tela branca traço o que vou sendo e como mudo e se há coisa que me agrada é a mutação, a transformação... O que hoje é, amanhã já não existe, o desespero actual e o desalento de hoje, poderá ser o motor de amanhã, o sorriso de mais uma alvorada.


domingo

#6 Para terminar este giro aos cliques de quatro dias em Barça, a rua. Na rua estão as gentes, a vida, os ritmos, os sabores, cores e cheiros e muito mais que quisermos descobrir e viver.

Fica a promessa de voltar para sentir mais desta cidade e matar saudades dos amigos "exilados".

quinta-feira

#5 Não seria justo se não postasse aqui uma foto com a companheira Ana. Foi com ela que fui para Barcelona e agora já pensamos em outras voltas;) As duas meninas, em posse com o Gato do Raval e um menino "cosmopolita" que não queria ir para casa e que embelezou a nossa foto;)E neste clique não ficamos com barbela, esse boicote às nossas fotos durante 4 dias!

terça-feira

#4 Em Barcelona com a amiga de anos de luz Edite! Outra grande e simpática cicerone;) As duas na noite!

segunda-feira

#3 A praça em frente ao MCBA logo pela manhã de um dia teimosamente cinzento e chuvoso, nada apropriado para quem anda a chinelar em cidade alheia. Devia estar para aí no 2º ou 3º andar. Vi a exposição permanente do Museu. Nada de estrondoso, mas vale sempre a pena. Ao fim do dia esta praça fica cheia de gente e de skaters a tripar no que podem. A movida urbana na capital da Catalunha. A street life começa ou passa aqui;)

sexta-feira


#2 De volta aos cliques de Barcelona. Com um amigo que é sempre bom rever Tiago Romeu(Titi). Em grande! Presente nos passeios sempre que pôde, um cicerone à maneira. Aqui estávamos num bar na Praça Tripi(não sei se é assim que se escreve;), numa sexta-feira à noite bem divertida e com passagem num bar mais ou menos sinistro e num outro que tem Leche de Pantera(leite de Pantera_ a minha bebida).

Sempre a passear e a calcorrear as ruas de Barça! Que saudades.....

segunda-feira

Tchim, pum, pam caí o prato bate no copo, descaí a tampa, solta-se o vapor, o cheiro.

Está quente, suculento, não quero! Pum caí mais um prato, os talheres começam a trabalhar e as bocas a abrir, as barrigas são forradas as gargantas aliviadas pelo néctar dos deuses, as uvas esmagadas, o exílir da vida, a água que refresca.

Cinco minutos depois os primeiros apetites estão saciados, as conversas fluem, paralelizam-se, contam-se vidas, dão-se gargalhadas, o pátio está cheio novamente nas noites de Setembro.

Já lá vai o primeiro petisco, as cadeiras mexem-se, os pratos empilham-se, nova rodada está a postos, os copos são enchidos novamente, silêncio para saborear e guardar, partimos para o próximo prato, banquetes faraónicos, pintalgados com estórias, sorrisos...gente que sente.

Num minuto, da mesa para a espreguiçadeira, para a rede, para a mata, para o café. Tchim, pum, pam recolhemos o estaminé, o tacho já está frio, vazio, amanhã que terá lá dentro?

Amor, dedicação e carinho! Tudo misturado com paciência e imaginação, pelas peles bronzeadas ao calor do fogão.

terça-feira


#1 Alguns cliques da viagem a Barcelona! Na próxima vez tenho que visitar o museu do Chocolate. Montra de uma chocolataria. Pelo sim, pelo não fiquei-me pela montra, pelo apetitoso cheiro que vinha da loja e pelo belo "dizer" que vos deixo!#

segunda-feira

São muitos os destinos que gostaria de visitar e de voltar e como não poderia deixar de ser Barcelona é um deles. A cidade mediterrânica por excelência. Nas ruas sente-se a presença do mar, apesar de às vezes também se sentir um ar pesadão devido à poluição! As ruas nos bairros antigos estreitas e frescas, são constituídas por edifícios altos e escuros. As Ramblas agitadas e cheias de gente constituem o coração da cidade, à semelhança de outras grandes cidades europeias, é aqui que se situam as lojas e restaurantes, bem como os artistas de rua, que vão tentando a sua sorte com os turistas que são mais que muitos. Pelos vistos Barcelona é o destino urbano mais procurado pelos Americanos e um dos mais frequentados pelos turistas do mundo inteiro.

Tomam a cidade e não só na época alta, em Barcelona os turistas são presença permanente. Entende-se porquê, a vida nesta cidade é doce e pacata, apesar de ser um grande metrópole e capital da Catalunha. Ao andar pelas ruas, nota-se que é uma cidade rica, onde o nível de vida não sendo exageradamente caro, alberga produtos e serviços de luxo.

É sem dúvida uma cidade cosmopolita, habitada por gente de todos os cantos do mundo, o que lhe dá um toque colorido e universal. O novo encontra-se com o velho e a cidade está na sua generalidade bem tratada e recuperada. Vê-se que existe uma estratégia municipal no que toca ao turismo, nesta cidade. Os inúmeros eventos são mais que anunciados, os locais de romaria turística estão em bom estado e os espanhóis ou catalães neste caso, gostam da sua cidade e estimam-na. São bem educados e afáveis o suficiente para que os turistas lá queiram voltar e nutram depois da sua estadia um carinho especial pela cidade. Os catalães não são como os madrilenos, enquanto em Madrid se sente uma maior euforia e a verdadeira génese dos espanhóis, bem como a tão falada movida, em Barcelona as pessoas são mais calmas, não tão expansivas, sem nunca serem antipáticas ou mal-educadas e muito menos fechadas em si mesmas.

As bicicletas são outra das apostas de Barcelona, muitos dos seus habitantes movem-se desta forma, transportam-nas no metro e claro, que os turistas seguem esse hábito e não é nada raro, vê-los pelas ruas somente a passear de bicicleta, a desfrutar o facto da cidade ser plana e ter várias vias para os ciclistas em quase todas as áreas nobre da cidade.

A quantidade de turistas é indescritível nas principais artérias de Barcelona anda-se em bloco e em fila indiana mais ou menos organizada, nas ruas ouve-se quase todas as línguas e muitas vezes, nos pontos turísticos mais procurados, não se vislumbra um catalão. Não me admira que fujam destes sítios, a sua vida quotidiana deve- -se tornar por vezes complicada.

Fiz uma visita de quatro dias a Barça e como foi a primeira vez, optei por uma vista de olhos geral à cidade e dentro de moldes bem tradicionais. Visitei a Sagrada Família, o Parque Guel, a zona da Marina, as Rambolas, o Bairro Gótico, a Cidade velha, o Raval e perdi-me nas diversas avenidas e ruas da cidade, sentei-me em esplanadas a saborear uma cerveja ao fim do dia e dpois de mais uma jornada turística. Vi de fora a maior parte dos monumentos de referências, as entradas são caras e o pessoal tem pouco poder de compra. Entrei no MACBA onde vi a exposição permanente. Visitei e sentei-me em diversas pracinhas da cidade. Fui a bastantes mercados de comidas que são deslumbrantes e cheios de cores e cheiros intensos. Visitei ainda o Mercat dos Encants, feira que aglutina pechibeques e produtos típicos de feira da Senhora da Hora, mas também tem móveis, roupa em segunda mão e muita gente, filas compactas de fregueses à procura da melhor pechincha.

Gostei de Barcelona como me agradou Amesterdão, cidades de média dimensão em comparação com as gigantes Paris, Londres e Madrid, cidades que têm tudo os que anteriores têm com menos gente, mesmo que estas sejam metrópoles com dimensões populacionais assombrantes, onde é fácil sentir que nos podemos diluir no meio da multidão e fazer de conta, durante um curto espaço de tempo, que somos dali!

Sempre que volto de Espanha, sinto que lá quero voltar mais vezes e conhecer mais cidades, é um país variado e onde me parece que existam cidades para todos os gostos. Barcelona é popular e democrática, apesar de também ter zonas burguesas e ricas, já Madrid, onde estive duas vezes, é a capital do reino e faz questão de o demonstrar, é uma cidade pesada, austera, escura, que curiosamente contrasta com os seus habitantes. Considero os madrilenos mais histéricos e expansivos.Salamanca é a cidade de tradições, religiosa e académica, cheira-se um certo conservadorismo à distância. Porém, e devido às inúmeras universidades, é uma cidade jovem que deixa conviver no seu seio estas duas realidades. Quando lá estive numas férias da Páscoa assisti a inúmeras procissões religiosas que conviviam naturalmente com a boémia que se faz sentir em Salamanca. Cidade de estudantes, alberga inúmeros bares e discotecas.

Por Sevilha já passei várias vezes e a última vez que lá estive ainda passei-e durante uma tarde, é bonita e imponente, tem uma cor de barro que me agrada, sempre que lá passei na Primavera ou Verão experimentei temperaturas altíssimas, lembro-me que uma vez depois das 9 da noite estavam 30 e tal graus.

Agrada-me nos nossos vizinhos o seu gosto pela vida, gosto de gente que vive na rua que não se fecha em casa e que goza as cidades onde habita, até em Algeciras, cidade verdadeiramente desinteressante e feia, as pessoas andam nas ruas até altas horas da noite. O centro que é um bocadinho mais agradável, está sempre cheio de pessoas a encher os cafés, restaurantes e bares e Algeciras é sem dúvida um dos sítios mais feios e sujos onde já estive!

Não sei o que os espanhóis fizeram e depois de saírem de uma ditadura como nós, para apanharem tão rapidamente os restantes países europeus, mas acho que os devíamos ouvir. Claro que Espanha tem inúmeros problemas e dramas. Tem a ETA e os independentistas Catalães e muitas outras regiões que gostariam de se separar do estado Espanhol, logo, uma série de conflitos delicados, várias identidades culturais e linguísticas e consequentemente, várias formas de ver a governação das regiões que apesar de tudo, gozam de alguma autonomia. Acredito que não seja fácil lidar com todas estas sensibilidades e realidades, porém os espanhóis não são pessimistas, nem eternamente saudosistas. Primam pela competência e pela iniciativa, têm horizontes abertos e apesar da sua política agressiva de imigração e fechamento das suas portas para a Europa, aproveitam o potencial dos imigrantes que já lá estão.Não são perfeitos, mas são suportáveis.

É verdade que sempre que fui a Espanha ouvi respostas absurdas e desagradáveis como desta vez: fui buscar uma cerveja a um bar e teve que ser de vidro e o empregado de bar aproveitou logo para me perguntar ironicamente se eu sabia o que era a reciclagem! Pronto, coitadito, gente desta vê-se em todo lado, respondi-lhe a rir-me que sim, conhecia a reciclagem e que no meu país também existe. Virei-me e fui embora, mas não vai ser por isso que vou dizer que todos os espanhóis são arrogantes. Borrifo-me nele! Os franceses são o mesmo, os ingleses também e so what? Os portugueses aldrabam os turistas sempre que podem!


A minha mãe detesta espanhóis, conheço muita gente que nos os pode ver nem pintados, algumas destas pessoas estiveram lá poucas vezes ou limitaram-se a ir comprar caramelos a Badajoz,outras conhecem-nos bem, mas também conheço bastante gente que vivendo na fronteira e perto de nuestros hermanos, não querem outra coisa. Não se gosta porque não se conhece ou porque se conhece bem demais. Eu pretendo continuar a descobrir, não só os espanhóis como os restantes habitantes e sítios deste mundo, afinal como diria o outro "está tudo aqui"!É pena que na lufa-lufa do dia-a-dia nos esqueçamos o quanto é bom e revitalizante passear por aí, apanhar um avião, um comboio, uma trotinete e rumar ao desconhecido!




terça-feira

Quase a partir_um bocadinho antes de estalar!!

Vou de férias e sinto-me como se já não estivesse aqui! São apenas 4 dias, mas vai-me saber tão bem não ter responsabilidades de maior, não ter que falar com mais de cinco pessoas ao mesmo tempo, de ter que preocupar com os atrasos dos meus funcionários e todas as suas crises laborais, pessoais e tudo o que lhes ocorre diariamente.

E como quando se vai passar alguma de coisa diferente fico ansiosa e impaciente, neste momento estou mais impaciente que uma criança a cinco minutos de acabar as aulas. É uma chatice que os dias de férias sejam tão parcos. Na função que exerço e que implica o contacto directo com pessoas, os dias de férias deveriam ser mais. Gosto e sempre gostei de gente, apesar de todos os defeitos que temos e apesar da natureza retorcida dos seres humanos, não raras vezes e ao fim do dia, gosto menos deles do que o contrário, mas no outro dia tudo volta ao normal, nada pode ser tão dramático, porém é difícil não achar que deveria ter mais dias de férias.

Tal como os professores deveriam ter acompanhamento psicológico e deveriam fazer uns retiros periódicos patrocinados pelo Estado para uns conventos budistas, também eu e os meus colegas que desempenhamos estas funções deveríamos ter todos os meses dias de descanso ou pelo menos uma tarde ou outra sem trabalhar.

Ao fim de 6 meses e consequentemente, no fim do meu contracto de trabalho inicial, confesso que me sinto exausta, quase fora de mim. Começo-me a ver de fora, em piloto automático, sem força ou energia para grandes coisas e parece-me que 4 dias é tão pouquinho que me apetece chorar!


Balanço: Trabalhar não é nada de especial, aliás, é um mal necessário. Invariavelmente esta empresa é uma seca e trata mal os seus funcionários, este trabalho é capaz de me matar de tédio se não arranjar outra coisa mais interessante para fazer num futuro próximo.

Aliás, quando comecei a trabalhar aqui pensei que não iria procurar actividades na minha área tão cedo, apenas não o fiz durante os três primeiros meses, agora, todos os dias contínuo com a mesma rotina de responder a anúncios, de enviar cv´s e até recomecei a ir a entrevistas. Porém, também sei que me posso instalar e até desistir de procurar algo de mais gratificante e este medo constante têm-me mantido alerta, a magicar o que poderei fazer que potencie pelo menos está experiência como coordenadora.

Falava com uma colega hoje ao lanche, que também tirou o curso de jornalismo e que trabalha aqui há 4 anos, que é uma frustração termos investido tanto trabalho e estudo numa área e não a podermos exercer, é frustrante as nossas expectativas não se concretizarem. Claro que podíamos estar bem pior, sem emprego, dependentes dos pais, em casa deles, sem qualquer perspectiva de futuro ou hipóteses de andar para a frente ou rever as nossas vocações. Inevitável e imutável é a morte. Mas custa...

Quero acreditar que tudo tem uma razão de ser e que o facto de aqui estar, me poderá fazer rever o que projectei para a minha vida profissional, também quero acreditar que me faz rever e descobrir competências e vocações, facilidades e dificuldades, pontos fortes e fracos. Põem-me à prova todos os dias, põem à prova a minha vontade. Não ponho é nunca em causa a minha autonomia, a autonomia que este trabalho por mais que não seja eu, me oferece e isso tem mais vantagens que desvantagens.

Também chego à conclusão que sou uma pessoa optimista que não coloca nada fora de cogitação. Esta função permitiu-me conhecer outras capacidades, outra Mariny. Relativamente à relação que estabeleci com os membros da equipa que coordeno, nem tudo são rosas sem espinhos, porque de resto acho que consegui lá chegar, com mais ou menos desespero e confesso, algum autoritarismo de vez em quando.

Por acaso, até acho que tive algumas provas de como eles nutrem algum afecto por mim, respeito e consideração, entre a graxa inerente à minha posição e o sentimento real, acho que não me engano muito. É sempre uma relação difícil e atribulada, talvez das mais estranhas que já experimentei, ambígua e periclitante. Muitas e não raras vezes, a culpa do que se passa aqui dentro e com o trabalho que desenvolvemos é minha, descobri que os seres humanos têm que ter sempre um bode expiatório, basicamente a culpa não pode morrer solteira e poucas ou nenhumas vezes assumimos a nossa responsabilidade no decorrer dos acontecimentos ou envolvimento nas situações, especialmente quando ocupamos posições precárias, caso de toda a equipa que coordeno.

Conheci condições e situações estes últimos seis meses que ainda não consigo decifrar muito bem, tenho dentro de mim sentimentos contraditórios e raciocínios quem nem sempre me parecem lógicos ou que sejam fáceis de explicar e explanar acerca dos comportamentos laborais dos meus semelhantes, que muitas vezes revelam muito do que somos. Sei que fiquei muitas vezes surpreendida com as pessoas com as situações com as vidas e também admito que fiquei muitas vezes inspirada e enquanto assim for, enquanto me continuar a inspirar e a descobrir novas capacidades em mim, serei leve, optimista e porque sou mais feliz e consciente, terei mais forças para mudar o que não estava previsto, afinal estou só no início do caminho

sexta-feira

B de brilhante, de bela, de bestial! B de Beyoncé!

Não resisti e fui ver Beyoncé com a minha irmã e apesar de lá ter chegado já o concerto tinha começado, rapidamente passei da admiração à rendição total aos pés da Diva! Os primeiros vinte minutos foram de choque e de impacto. O palco, a Beyoncé, o corpo de bailarinos, o profissionalismo, o brilho e a sensualidade da miúda, tudo junto é um cocktail em pêras.

Depois da habituação, soltei o corpo e misturei-me no público heterogéneo que assistia ao espectáculo. Pré-adolescentes, grupo de gajos completamente doidos, mas animados, pais que acompanhavam os pigmeus que eram como cogumelos no Pavilhão Atlântico, casais, grupos de jovens adultos, gays...enfim, a diva que é Diva chega a todos e no fundo, o espectáculo que a Beyoncé apresenta é um espectáculo para massas, agrada a todos, deixa-nos satisfeitos, luz, cor, animação e música fácil.

O "American way of life" esteve ali presente, o sonho americano está ao alcance de todos e numa produção quase familiar, Beyoncé contínua acompanhada pelo pai (manager) e pela mãe(estilista), o melhor do que a América e o showbizz tem para oferecer estiveram em cima daquele palco. Ao longo daquelas duas horas a Diva não desafinou e não desiludiu, sempre em grande estilo, bem vestida ou talvez bem despida, comandou um exército de bailarinos apetitosos e apetitosas, igualmente bem vestidos e vistosos. A banda de suporte arrasou, só constituída por mulheres fechou o livro mais que uma vez. Especialmente a baixista que num solo interpretou vários temas da música negra e ainda acabou a lamber sensualmente o baixo.

Não é possível assim, toda a gente naquele palco era sensual e sexy q.b. e isso é de admirar. A sensualidade de Beyoncé e da sua trupe nunca caíram na ordinarice, nem nunca ali se viu momentos vulgares, sempre a manter a chama acessa, muitas vezes chegaram ao topo do brilhantismo e do bom gosto possível que agrade a gregos e troianos.

Há uns anos, no Rock in Rio vi o concerto da Britney e nessa altura a Britney era considerada a princesa da pop, no entanto, ao vivo e a cores, desiludiu e fraudeou o pessoal, cantou em playback, deu canas de tal forma incríveis que olhando agora para trás e sabendo a fase de decadência que vive, mais parecia uma noite de futurologia encabeçado pela própria. Confesso que fiquei chateada e disse que não queria ver mais nenhum concerto de gente do showbizz, mas pronto, lá fui e ainda bem. As Divas ainda existem e podem ser competentes. É verdade que houve uma exagerada promoção da imagem da Beyoncé e também e é verdade que passei por alguns momentos de seca, mas o balanço final é positivo, muito positivo. Se ela voltar, eu volto também!


segunda-feira

Dias tristes

Há dias e noites tão tristes que a simples explicação que a natureza tem de seguir o seu curso não me consola! Sinto-me como se um bocadinho de mim, um bocadinho tão importante e essencial tivesse sido levado, roubado...

Bem sei que o legado que me foi deixado é bem mais importante e essencial que este bocadinho, pequenino e essencial que me foi tirado que ainda por cima, é sinónimo de descanso de quem sofreu e de quem tanto fez por mim, todos os dias da vida dele foram passados a pensar nos outros, todos os dias da vida do meu querido avô contemplavam o bem alheio!!

Ele foi um instrumento da solidariedade humana, não acreditava grandes coisas em Deus e eu acho que não acreditava porque não precisava de intermediários para falar com um suposto bem maior, não precisava porque dentro dele estavam as ferramentas que fazem de nós humanos, gentis, solidários e excepcionais. E não achava que fazia nada de especial, se não a sua obrigação.

Saiu da escola para trabalhar e pagar os estudos ao irmão mais novo. Desde cedo que trabalhou e mesmo quando estava a descansar, interrompia o seu descanso para fazer o que se impunha. Não fugia às responsabilidades e deveres. Ensinou-me a viver apenas com o necessário, ensinou-me a respeitar o próximo, a dar amor sem esperar receber, a ser honesta, a dar valor ao meu trabalho, a dar valor a mim própria, mimava-me como se não houvesse amanhã. Ensinou-me a nadar, ensinou-me a não ter medo, estudava comigo, adormecia-me, acalmava-me as noites de pesadelos, mas também me dizia o que não devia fazer, reaprendia-me e ralhava-me. Educou-me, mesmo depois de ter criado as filhas, perdeu noites de sonos por mim, eu durante anos fui a sua primeira preocupação. Sei-o e sinto-o, tal como o sabia e sentia quando era pequenina e passava a vida agarrada ao meu avô, a sombra do meu avô.

Sombra que dividia com o meu primo nas férias, atenção que dava para os dois, de igual forma, sempre com o mesmo amor e carinho. O que este meu avô me ensinou e me deu, não poderei nunca expressar. Não lhe disse, mas acho que ele sabe o quanto é importante na minha vida e na vida do meu primo, o quanto foi e é importante na nossa família. A gratidão que lhe tenho só pode ser expressa se lhe seguir as pisadas e tomar a sua rectidão de carácter como minha, porém, eu tenho defeitos e o meu avô não, não se dava a esse luxo e parecia que não lhe custava.


A minha avó, a minha duende, que mais parece uma boneca de porcelana de tão frágil que está, disse-me que lhe dei a última morada, que seja, desdobrei-me em 48 horas para lhe dar um funeral simples como ele. Escolhi-lhe a roupa, escolhi-lhe o caixão, decidi onde o iríamos colocar, escolhi-lhe as flores. No fim, quando o recebi naquela sala branca e vazia, não acreditava que era ele que traziam, não acreditei e fui ver. O meu coração ficou que parecia que ia saltar do corpo, mas fiquei com a certeza que era o meu maior anjo da guarda que agora descansa, num pomar cheio de árvores de fruta, animais e um riacho. Igual ao que existia mesmo ao pé da casa onde o meu avô cresceu.

Tenho plena consciência que a pessoa que ficou naquele cemitério já não é o meu avô, ali descansa o seu corpo velhinho, o seu espírito está comigo e com todos aqueles a quem o meu avô tocou na sua eterna gentileza e humanidade. Felizmente, na minha vida tenho mais gente assim, devia estar contente por ter tantas estrelinhas que me guiam, hei-de me habituar à tua ausência, mas não te esquecerei.

terça-feira


Quando leio notícias destas: http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1293327 (Helena Rego pertencente ao SIS declarou numa conferência que Portugal tem sido palco de movimentações de membros extremistas islâmicos) e de seguida vejo os comentários feitos pelos leitores, fico parva como as pessoas conseguem confundir tudo. Direitos humanos com combate à criminalidade e terrorismo ( um dos leitores comenta que Ana Gomes, conhecida personalidade ligada à luta pelos Direitos Humanos) lhes deve dar protecção e que com certeza, os extremistas entraram em Portugal com o seu avale, isto porque a senhora acha que devemos ter cuidado com a instrumentalização dos direitos adquiridos e humanos e o consequente combate ao terrorismo. Parece-me que é uma ideia pertinente esta da Ana Gomes e bastante clara.

Depois outro leitor escreve que o SIS anda preocupado com a extrema direita e pouco mais, ora ainda bem que o SIS se preocupa com as actividades criminosas e extremistas dessa gente, no entanto, também existem outros departamentos que se preocuparão com a entrada de terroristas islâmicos no território nacional; ainda há um senhor que pede colocação de câmaras de vídeo-vigilância nas mesquitas, nas comunidades islâmicas, sem qualquer respeito pela privacidade destas pessoas, mesmo tendo a especialista dos Serviços de Informação explicado que a comunidade islâmica em Portugal está bem integrada e não apresenta grandes preocupações, sendo que mesmo que apresentasse não é com câmaras de vigilância espalhadas pelo quotidiano destas pessoas que alguma vez vamos combater as posições extremistas de quem quer que seja.

O terrorismo e o extremismo islâmico combate-se com a uma atitude clara de combate à pobreza e exclusão, combatem-se com a educação e com a quebra do ciclo de pobreza extrema em que estas pessoas vivem. O extremismo islâmico, o extremismo de direita, o sectarismo e todas essas correntes parentes umas das outras e filhas da miséria humana e da pobreza de espírito combatem-se com uma clara democratização do acesso às ferramentas que façam os seres-humanos andarem para a frente e sentirem que a sua vida é mais que a sobrevivência diária. Não sendo preciso para isto forçar reformas ou revoluções nos países daqueles que olham a vida de forma oposta dos do Ocidente.

Sei que vejo todos estes assuntos com demasiado relativismo e que existem valores humanos que são universais e blá, blá. Pois existem, mas para os aprendermos temos que ser ensinados a tal, temos de ter modelos de referência e acima de tudo temos que ser estimulados para respeitar a vida do nosso semelhante, bem como os seus hábitos, cultura, religião e opinião.

Não é assim tão difícil, não acredito que exista um choque de civilizações, há é um choque de interesses que pode ser entre o Ocidente e o Mundo Islâmico como entre o Chineses e qualquer outro povo ou civilização e uma falta de vontade política de ambos os lados para acabar com as clivagens que se vivem a nível mundial.