terça-feira

Já tive o primeiro cheirinho a férias, quatro dias de sol, praia, amigos e música. Alentejo e loucura, lua cheia e temperatura amena, areia nos pés e muito ritmo.

Assim foi o fim de semana em Sines, sempre a rockar até altas horas da manhã ou não. As horas de sono foram poucas, mas compensadas com momentos de diversão e sorrisos de amig@s sentidos e alegres.

É bom estar sentado ao pôr do sol na praia na conversa com as gentes, ver a lua a pôr-se e o sol a começar a despontar, acordar com calor abrasador na tenda e ter vontade de dar um mergulho no mar, encontrar em cada esquina amigos que raramente vemos no corre dos dias e ficar por ali, na conversa, nos sorrisos, só a matar saudades das caras há tanto tempo esquecidas.

Sem tempo, sem prazos saboreei estes dias até ao fim! Fiquei com vontade de mais e senti falta do pessoal do costume, da partilha da festa e da dança, da comunhão do sorriso e da gargalhada, das cumplicidades dos olhares na descoberta de outros sons.

Espero-me encontrar com esse pessoal brevemente, aliás, já sinto o movimento dos corpos a dirigirem-se para sul, ouço o fervilhar e a ansiedade de nos encontrarmos e mergulharmos nas águas frias do Alentejo. Tenho saudades das noites de conversa sem hora para dormir, não interessa se é tarde, se é cedo. A tenda está já ali, o mar à nossa frente, o mundo pode esperar.

A aventura no Alentejo segue já a seguir!

sábado

Grécia aqui vou eu!!

Mais um destino se avizinha, estas férias vou até à Grécia, sol, calor, praia, águas quentes e praias paradisíacas, montanha, ilhas, barcos e travessias.


10 dias à descoberta do país onde o mundo ocidental viu nascer a sua génese. Avizinham-se dias quentes em barcos, comboios, carros e táxis colectivos, pousadas da juventude ou parques de campismo, dormidas na praia ou mesmo no carro. Apetece-me sentar nas esplanadas e ver o pôr do sol, as pessoas de um lado para o outro em busca do bronze perfeito, da diversão e do hedonismo.

Não quero saber os caminhos que percorro, se estou atrasada ou adiantada, sem tempo ou espaço definido, quero ir até onde os meus pés me levarem e deixarem. Ouvir uma língua da qual não consigo decifrar uma palavra.

Quem tiver sugestões de spots imperdíveis ou fundamentais na Grécia que se manifeste, por favor. Até lá, vou-me informar e ver se consigo pelo menos descobrir como se diz "obrigada" em Grego.

Férias!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira

Enquanto passava o fim de semana no Alentejo deparei-me com mais uma estória digna da praça pública ou do suplemento bizarro do jornal Sol, não que veja ou leia qualquer destas rubricas, mas sei da sua existência e até achei que poderia tomar a liberdade de lhes enviar um email a contar o sucedido. Porém como tenho um blogue para alimentar decidi escrever esta pequena estória de trapaças à portuguesa, passada no litoral alentejano.

Vai daí, um vizinho contou-nos que tinha comprado uma bela moradia à cerca de dois anos a cinco minutos da vila, onde a casa mais barata custa a módica quantia de 30 mil contos, além dele mais 449 proprietários se juntaram na urbanização e por mais uns trocos compraram ao empreiteiro alguns lotes e concordaram em não construir mais nenhuma casa, já que aquelas são casas de férias e quase no meio do pinhal, moradias caras e espaçosas que têm apenas terraços à frente das casas e nada de verde. No fundo, estas pessoas pagaram além das suas casas mais uns trocos, para em plena reserva natural terem direito a umas árvores e um espaço para as suas crianças brincarem e coisa e tal.

Constitui-se uma associação de moradores para fazer a administração deste espaço comum e plantaram-se mais árvores, o tempo passou as árvores cresceram e num cenário de desflorestação e cimento, lá se viu uma mancha verde onde as crianças da urbanização podiam brincar e os paizinhos passear, para os adolescentes deveria ser um bom spot para fumar os primeiros charros, em noites quentes de Verão, iluminadas pela Lua e as estrelas...perfeito! A família toda contente.

Qual não foi o espanto do meu vizinho quando ao chegar à sua casa de férias, percebeu que o parque já não existia, as árvores tinham sido cortadas, os bancos retirados, enfim, a tristeza e devastação, passaram todos a habitar sazonalmente numa paisagem árida e acimentada como em qualquer subúrbio igual à morada oficial. O vizinho da história chateado e desiludido foi à junta, à Câmara e até à polícia. Às árvores ninguém lhes conhece o paradeiro, ao empreiteiro também não, a associação de moradores que deveria manter e administrar o parque não se ouve uma palavra. Os papéis que provam que aquele terreno era dos moradores nem vê-los, ficou só a sobrar o desalento e tristeza do meu vizinho, numa esplanada do litoral alentejano que de mesa para mesa nos contou a sua triste estória.

Diz que se fartou de procurar e chatear quem o pudesse ajudar ou esclarecer, ninguém sabia de nada ou teria visto nada, nem mesmo as árvores. Mais um bocado e quase que se ponha em causa a existência do mini jardim. Os restantes moradores, conta o vizinho ficaram tristes, mas pouco ou nada fizeram.


O conjunto de lotes que terá sido comprado pelos moradores foi vendido duas vezes, as árvores também rende o seu dinheiro. As crianças e os adolescentes da urbanização ficaram sem parque para brincar, para dar os primeiros beijos ou fumar os primeiros charros. Os adultos e especialmente o meu vizinho, sofreu mais um abalo de como a vida é injusta e os empreiteiros é que mandam neste país.

Estórias destas nesta zona e noutras do Portugal maravilhoso não faltam. A costa alentejana nomeadamente está-se a tornar num novo Algarve e não há reserva natural que vá parar este facto, conseguiu durante 20 anos, porém a pressão é muita, os interesses inúmeros e o betão armado cada vez cresce em maior número, ao contrário das árvores.

Vive-se assim em vilas e cidades fantasmas habitadas por 5 mil habitantes na época baixa e muitas depressões à mistura e o triplo destes na época alta da Páscoa a Setembro. Sempre que vou ao Alentejo ultimamente fico triste e desolada e mesmo indignada com as coisas que ouço de investimentos futuros. O Alentejo está a saque, a saque por negócios e empresas estrangeiras, mas também por gente autóctone que deu o excelente exemplo de serem os primeiros a usarem e abusarem do seu património natural e paisagístico e de agora, o venderem e ser coniventes com a sua degradação.

quarta-feira

Cartas na blogosfera
Querid@s amig@s,

Não tenho cá vindo, tenho tido coisas para pensar e caminhos novos para descobrir. Quando se gosta da mudança não à dúvida que ela acontece e nos visita.

No trabalho agora tenho equipas maiores, fui transferida para um novo centro, tenho colegas novos e começo a aprender outras formas de ver a minha função de ver os entrevistadores. Aliviante esta nova situação, menos responsabilidade, é verdade, já me pesava nos ombros ter que responder todos os dias a mil perguntas, a mil olhares mais ou menos expectantes.

Em casa, não tenho gás faz cinco dias e depois de arranjar uma solução para este bem essencial, dei por mim a divertir-me enquanto preparo o banho de bacia e aqueço a água num fogão improvisado. Divirto-me a imaginar como seria quando a água canalizada e quente era um luxo e tinha-se de aquecer litros e litros ou até quando não existia água canalizada. Não é do meu tempo, com toda a certeza as pessoas que o viveram não deviam achar piada nenhuma. Mas para mim, habituada a todos os confrontos da vida moderna e confortável na cidade, diverte-me nestes dias ter que estabelecer estas estratégias e ter que me levantar mais cedo, experimentar o pitoresco.

Não aguento durante muito mais tempo, mas recordarei pelo menos esta falha com mais leveza e sentido de humor. Os dias andam tão lindos que seria um pecado manchá-los com irritações vãs.

Quando chego ao fim do dia, parece que já fiz mil coisas. Ando a gostar de sentir as manhãs de calor, quando o sol brilha a pique e ilumina a Lisboa tão branca, tem me encantado ouvir a vida mais silenciosa que se sente de manhã.

Tenho vivido mais sozinha que acompanhada e crio mais autonomia. Para a escrita é que isto não está nada famoso. Vou tentando.


Um beijinho,
Mariny

P.S - Apeteceu-me escrever uma carta!