domingo

Quando se muda algumas vezes de casa e de terra, muda-se também de amigos e sítios familiares, tem-se uma vontade avassaladora de se ter um mundo nosso, familiar que fique apesar das mudanças e por isso, esta minha vontade de raiz.

Como é possível ter várias raízes, várias referências, vários portos de abrigo, vários núcleos? Centramo-nos em nós, no território, em todos os dias.

E quando deixo de ver essas referências, de as encontrar, tenho que procurar cá dentro. Ao fim destes quase 27 anos(vou-me atirar ao rio) de famílias pós-modernas e progenitores freaks, escolhas que me foram impostas de uma forma ou de outra, será que encontrei a minha raiz?

Ando a pensar nessa raiz que todos temos e que nos estabiliza como se fosse um centro gravitacional que mantém equilibrada a essência.

O que será mais importante a essência ou a raiz? Não me angustia ter que solucionar esta questão, mas tenho um instinto que me sussurra que vou procurar esta solução para o resto da vida.

Poderá ser esta a essência? Ou a raiz que tenho e onde permaneço suspensa pelos fios das memórias?

Eu sou essa instabilidade à procura da raiz? Quem tem raiz fixa não a procura todos os dias? Ou a raiz e a essência são feitas da procura de todos os dias?

Ando assim, existencialista e mantendo, no entanto, a minha vontade de ser radical. Radical na procura da essência.

Enquanto não a encontro ou a construo, não sei bem, vou escrevendo. Voltou a vontade de escrever, talvez porque precise de algumas respostas e à medida que vou escrevendo, tropeço nas soluções e também em mais questões!

Seja por onde der, faço-me acompanhar pela música e vou dançando por entre estas dúvidas de domingo chuvoso.




1 comentário:

Gata das Botas disse...

"famílias pós-modernas e progenitores freaks"
NUNCA MELHOR DITO, IRMÃ!
Mas não se sente que te perdes por aí.
nota-se, sente-se essência!