Enquanto passava o fim de semana no Alentejo deparei-me com mais uma estória digna da praça pública ou do suplemento bizarro do jornal Sol, não que veja ou leia qualquer destas rubricas, mas sei da sua existência e até achei que poderia tomar a liberdade de lhes enviar um email a contar o sucedido. Porém como tenho um blogue para alimentar decidi escrever esta pequena estória de trapaças à portuguesa, passada no litoral alentejano.
Vai daí, um vizinho contou-nos que tinha comprado uma bela moradia à cerca de dois anos a cinco minutos da vila, onde a casa mais barata custa a módica quantia de 30 mil contos, além dele mais 449 proprietários se juntaram na urbanização e por mais uns trocos compraram ao empreiteiro alguns lotes e concordaram em não construir mais nenhuma casa, já que aquelas são casas de férias e quase no meio do pinhal, moradias caras e espaçosas que têm apenas terraços à frente das casas e nada de verde. No fundo, estas pessoas pagaram além das suas casas mais uns trocos, para em plena reserva natural terem direito a umas árvores e um espaço para as suas crianças brincarem e coisa e tal.
Constitui-se uma associação de moradores para fazer a administração deste espaço comum e plantaram-se mais árvores, o tempo passou as árvores cresceram e num cenário de desflorestação e cimento, lá se viu uma mancha verde onde as crianças da urbanização podiam brincar e os paizinhos passear, para os adolescentes deveria ser um bom spot para fumar os primeiros charros, em noites quentes de Verão, iluminadas pela Lua e as estrelas...perfeito! A família toda contente.
Qual não foi o espanto do meu vizinho quando ao chegar à sua casa de férias, percebeu que o parque já não existia, as árvores tinham sido cortadas, os bancos retirados, enfim, a tristeza e devastação, passaram todos a habitar sazonalmente numa paisagem árida e acimentada como em qualquer subúrbio igual à morada oficial. O vizinho da história chateado e desiludido foi à junta, à Câmara e até à polícia. Às árvores ninguém lhes conhece o paradeiro, ao empreiteiro também não, a associação de moradores que deveria manter e administrar o parque não se ouve uma palavra. Os papéis que provam que aquele terreno era dos moradores nem vê-los, ficou só a sobrar o desalento e tristeza do meu vizinho, numa esplanada do litoral alentejano que de mesa para mesa nos contou a sua triste estória.
Diz que se fartou de procurar e chatear quem o pudesse ajudar ou esclarecer, ninguém sabia de nada ou teria visto nada, nem mesmo as árvores. Mais um bocado e quase que se ponha em causa a existência do mini jardim. Os restantes moradores, conta o vizinho ficaram tristes, mas pouco ou nada fizeram.
O conjunto de lotes que terá sido comprado pelos moradores foi vendido duas vezes, as árvores também rende o seu dinheiro. As crianças e os adolescentes da urbanização ficaram sem parque para brincar, para dar os primeiros beijos ou fumar os primeiros charros. Os adultos e especialmente o meu vizinho, sofreu mais um abalo de como a vida é injusta e os empreiteiros é que mandam neste país.
Estórias destas nesta zona e noutras do Portugal maravilhoso não faltam. A costa alentejana nomeadamente está-se a tornar num novo Algarve e não há reserva natural que vá parar este facto, conseguiu durante 20 anos, porém a pressão é muita, os interesses inúmeros e o betão armado cada vez cresce em maior número, ao contrário das árvores.
Vive-se assim em vilas e cidades fantasmas habitadas por 5 mil habitantes na época baixa e muitas depressões à mistura e o triplo destes na época alta da Páscoa a Setembro. Sempre que vou ao Alentejo ultimamente fico triste e desolada e mesmo indignada com as coisas que ouço de investimentos futuros. O Alentejo está a saque, a saque por negócios e empresas estrangeiras, mas também por gente autóctone que deu o excelente exemplo de serem os primeiros a usarem e abusarem do seu património natural e paisagístico e de agora, o venderem e ser coniventes com a sua degradação.
Vai daí, um vizinho contou-nos que tinha comprado uma bela moradia à cerca de dois anos a cinco minutos da vila, onde a casa mais barata custa a módica quantia de 30 mil contos, além dele mais 449 proprietários se juntaram na urbanização e por mais uns trocos compraram ao empreiteiro alguns lotes e concordaram em não construir mais nenhuma casa, já que aquelas são casas de férias e quase no meio do pinhal, moradias caras e espaçosas que têm apenas terraços à frente das casas e nada de verde. No fundo, estas pessoas pagaram além das suas casas mais uns trocos, para em plena reserva natural terem direito a umas árvores e um espaço para as suas crianças brincarem e coisa e tal.
Constitui-se uma associação de moradores para fazer a administração deste espaço comum e plantaram-se mais árvores, o tempo passou as árvores cresceram e num cenário de desflorestação e cimento, lá se viu uma mancha verde onde as crianças da urbanização podiam brincar e os paizinhos passear, para os adolescentes deveria ser um bom spot para fumar os primeiros charros, em noites quentes de Verão, iluminadas pela Lua e as estrelas...perfeito! A família toda contente.
Qual não foi o espanto do meu vizinho quando ao chegar à sua casa de férias, percebeu que o parque já não existia, as árvores tinham sido cortadas, os bancos retirados, enfim, a tristeza e devastação, passaram todos a habitar sazonalmente numa paisagem árida e acimentada como em qualquer subúrbio igual à morada oficial. O vizinho da história chateado e desiludido foi à junta, à Câmara e até à polícia. Às árvores ninguém lhes conhece o paradeiro, ao empreiteiro também não, a associação de moradores que deveria manter e administrar o parque não se ouve uma palavra. Os papéis que provam que aquele terreno era dos moradores nem vê-los, ficou só a sobrar o desalento e tristeza do meu vizinho, numa esplanada do litoral alentejano que de mesa para mesa nos contou a sua triste estória.
Diz que se fartou de procurar e chatear quem o pudesse ajudar ou esclarecer, ninguém sabia de nada ou teria visto nada, nem mesmo as árvores. Mais um bocado e quase que se ponha em causa a existência do mini jardim. Os restantes moradores, conta o vizinho ficaram tristes, mas pouco ou nada fizeram.
O conjunto de lotes que terá sido comprado pelos moradores foi vendido duas vezes, as árvores também rende o seu dinheiro. As crianças e os adolescentes da urbanização ficaram sem parque para brincar, para dar os primeiros beijos ou fumar os primeiros charros. Os adultos e especialmente o meu vizinho, sofreu mais um abalo de como a vida é injusta e os empreiteiros é que mandam neste país.
Estórias destas nesta zona e noutras do Portugal maravilhoso não faltam. A costa alentejana nomeadamente está-se a tornar num novo Algarve e não há reserva natural que vá parar este facto, conseguiu durante 20 anos, porém a pressão é muita, os interesses inúmeros e o betão armado cada vez cresce em maior número, ao contrário das árvores.
Vive-se assim em vilas e cidades fantasmas habitadas por 5 mil habitantes na época baixa e muitas depressões à mistura e o triplo destes na época alta da Páscoa a Setembro. Sempre que vou ao Alentejo ultimamente fico triste e desolada e mesmo indignada com as coisas que ouço de investimentos futuros. O Alentejo está a saque, a saque por negócios e empresas estrangeiras, mas também por gente autóctone que deu o excelente exemplo de serem os primeiros a usarem e abusarem do seu património natural e paisagístico e de agora, o venderem e ser coniventes com a sua degradação.
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