quinta-feira

Rotinas

Levanto-me ao fim da manhã, tomo banho, almoço e entre a preparação do dito faço algumas tarefas domésticas, saio de casa, faço o mesmo caminho a pé para o trabalho todos os dias. Tomo café pelo caminho, às vezes lá encontro um ou outro conhecido, às vezes lá vejo alguma ou outra coisa que me desperta a atenção e assim vou gozando o sol que me banha, neste curto trajecto.

Chego ao trabalho e é rotina atrás de rotina, vejo os emails, o trabalho do dia anterior, leio o jornal online, vou buscar ou levar qualquer coisa ao andar de cima, depois coisas chatas e aborrecidas, às vezes faço entrevistas de selecção de pessoas, outras vezes invento coisas para fazer.

Entre as quatro e quatro e meia fumo um cigarro, entre as cinco e as seis faço o intervalo, entre as sete e as oito fumo outro cigarro, entre as oito e as nove adormeço de olhos abertos, entre as nove e as dez o meu espírito agita-se mais que um avião a sobrevoar um poço de ar.

Quando penso em me queixar desta vidinha, penso que já estive pior e lá me adormeço novamente, lá domo o desejo e a vontade infantil de querer fazer nada, quando reprimo estas vontades sinto que não sou honesta comigo, quando em dias como hoje acordo com a notícia de mais uma morte (este foi o meu primeiro contacto com a vida), um email das Finanças a dizer que terei de pagar retenções na fonte de 2005 e um email laboral a comunicar que muito do trabalho que temos feito foi anulado e por isso, temos que andar para trás como o caranguejo, não posso deixar de sentir e exprimir que apesar do belo dia de sol que se apresentou, de ter emprego, responsabilidades e blá, blá, blá, existem muitas outras formas de vida e por mais estranhas que pareçam, são bem mais felizes, é preciso é ter coragem para as abraçar.

Por isso, tenho vontade homenagear todas as pessoas que vivem e não olham a directrizes ou ao deve-ser que seguem os seus desejos e vontades mais profundas e intimas, que fazem da vida uma cruzada das suas vontades, até pode ser egoísta essa forma de estar, até pode ser hedonista, até pode ser discutível, até pode ser....mas nesta curta passagem é concerteza mais intensa e feliz!

3 comentários:

Unknown disse...

Pois é. A formiga no carreiro anda no mesmo sentido. A formiga no cagueiro sente que a merda que pisa não deixa de ser a mesma que caga. E assim se faz uma vida - se é que a designação é legítima - na boínha, sem pensar e sem parar. Porque parar é sentir e sentir é ter de enfrentar a merda na qual, sorridentes, nos enterramos.

Mariny disse...

LOL;) Tiago assim não duras mais dois meses, olha que te internam numa casa de doidos;)

Melhor ou pior vamos levando

Mariny disse...

Depois disto, o Tiago não falou mais comigo no msn! Volta amori;)