Já estou a defraudar as expectativas do pessoal. A tal fotografia com a mudança capilar ainda não foi possível de postar, tive problemas logisticos, peço desculpa. Mas tal vai acontecer, tá prometido.
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Este fim de semana fui ao Porto, escusado será dizer que vim para Lisboa doente, passei hoje o dia de molho. Não tenho uma boa relação com o estado do tempo da Invicta, só no Inverno, já sei com o que posso contar.
Sentei-me na esplanada a ler o jornal, caminhei e senão fosse a constipação tinha sido um bom fim de semana relaxante, em casa da família.
Gosto de ver como os meus irmão estão crescidos e activos, a caminhar pelos seus próprios pés, a contar as suas primeiras aventuras e desventuras, as descobertas, desilusões e alegrias. Claro que esta conversa só é válida para a minha irmã, porque o meu irmão não fala grande coisa, nem conta nada por ai além, a não ser que tudo é uma chatice, menos os cavalos, as miúdas e que vai despedir a explicadora.
Ela fala e conta tudo, é uma menina bem-disposta e caprichosa q.b., tem piada e é inteligente. Como ninguém na minha família, sou uma irmã babada...
Fico contente e apesar de lá ir tão poucas vezes nos úlimos seis anos, percebo que eles gostam da minha presença e me contam o que lhes apetece. Ou seja, apesar da distância somos amigos e eles olham para mim como uma pessoa a quem podem chegar e com quem contar.
Ás vezes a distância mata as relações ou enfraquece os laços e a convivência acaba por ser trivial e pouco intíma, é díficil lutar contra o passar dos anos e a ausência do quotidiano. Esse ajuda-nos a conhecer bem as pessoas com quem vivemos, os seus olhares, atitudes, a sua expressão corporal e os tons de voz, as disposições e manias. Filtra por si só com quem estamos e queremos estar.
Já me aconteceu isto com algumas pessoas e acredito que os laços de sangue não determinam assim tanto a manutenção das afinidades ou a existência das mesmas. O apelo do sangue não sei se fará grande sentido, de qualquer forma, poderei mudar de opinião algum dia. O que faz sentido para mim são os laços afectivos que criamos com as pessoas.
A minha vida é povoada de gente que à partida nem deveria ter cruzado o meu caminho e vice-versa, o acaso e a ironia da passagem por aqui fez com que tal acontecesse, ligando-nos para sempre, gente diferente que esculpiu uma relação sem nada dado, apenas o acaso e mais tarde as afinadades que a convivência foi deixando vir a lume.
E esse desafio da conquista dá-me prazer até hoje como se cada pessoa que conheço fosse um potencial território fértil para fazer crescer um bosque de ligações e afectos e fico surprendida como aquilo que mais me distancia de outra/o é o que mais me aproxima, no fim.
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