quarta-feira


1# No passado mês de Maio fomos ao casamento de uma colega de faculdade em Azeitão. Foi uma emoção como seria de esperar. Meses antes andavamos histéricos com as prendas que iríamos dar, com os vestidos, os sapatos e a disposição para o tão aguardado dia.
Quase todos os meus amigos dizem que não querem casar, que nem pensar em festas tradicionais e famílias reunidas, no entanto, quando algum se chega à frente e acaba por tomar o caminho mais que natural de se casar com pompa e circunstância, lá vamos todos a trás e levamos a coisa a sério. Preparamos o dia com antecedência e uma semana antes já está tudo em estágio no cabeleireiro, nas lojas de sapatos e vestidos. Os acessórios e maquilhagens são pensados ao mílimetro. A excitação é tal que parece que nos vamos casar todos naquele dia.
Por mais cínica que a nossa geração seja, criada na facilidade do divórcio, habituada às uniões de facto e desde cedo a viver com os companheiros e companheiras, na partilha de casa e de vidas, mas sempre sem procurar laços afectivos efectivos, o coração derrete quando alguém se chega à frente e assume esta herança cultural que é a cerimónia matrimonial mesmo que a celebração do casamento seja feito pelo civil. Acreditamos que com eles será diferente, que quem se ama tem essa necessidade de mostrar ao mundo o seu enlaçe e depois todos temos direito ao nosso conto de fadas, ao vestido branco de princesa, à festa com baile e por isto, e muito mais o casamento da Joana e do Timóteo foi uma emoção e uma alegria. Uma festa interminável vivida semanas e até meses antes que terminou em êxtase com o amigo Sérgio a roubar comida e os gaijos a reciclarem charutos no cinzeiro e a beberem wisky à latifundiários e homens de negócio.


Sem comentários: