quinta-feira



3# A Lagoa Azul - a.k.a o paraíso - Balo, a tal praia na ponta mais Oeste da Ilha de Creta. Água azul e quente num dos sítios mais bonitos e avassaladores que alguma vez tive oportunidade de estar! Oh tempo volta para trás....

segunda-feira



2# Mais uma foto da Grécia! São tantas que gostaria de partilhar, só para que vejam um bocadinho do paraíso como eu o vi, senti mesmo aquele país de uma forma próxima. Estava a precisar de sair daqui e deixar que a Natureza, a novidade e outras paragens me encantassem, me fizessem sonhar e mais que isso, me devolvessem energia e serenidade para mais um ano de labuta.

Aqui, a caminho de Balo a ponta mais Oeste de Creta. Fizemos um caminho de 11 Km por caminhos de cabras e aqui estão elas, sempre a subir a falésia e lá em baixo o Mediterrâneo, um lago gigante rodeado por montanhas rochosas e áridas. Pelo caminho esta capela depois de termos avistado muitas Kri-Kri - as cabras nativas de Creta - lindas e com uns cornos enormes.

Ao lado desta capela havia um jardinzinho nos socalcos da falésia. Deviam ser umas nove-dez da manhã e o sol já queimava bem e iluminava mais um dia de aventura.


Loucura quando chegamos a Balo, uma lagoa de água azul, no fim de uma escarpa, água quente e cristalina, ali, entalada pelo Mar Nostrum! Fabuloso.

Quando estacionamos o carro a meio km da dita praia encontramos também uma esplanada linda no cimo do monte com um menino lindo de olhos claros e um cão mais que cansado que fugia como podia das cabras de grandes cornos que por ali se passeavam. Fomos até à praia e deixamos o nosso carro aberto atrás entregue ao seu destino...qual o meu espanto quando lá chego e percebo que as cabras me comeram a comida toda que tinha ficado no banco de trás do jeep. Pois, tal foi o banquete que uma cabrinha sem cornos e malhada ficou à nossa espera para receber festinhas, toda doce. A cabra!!!

Além disto, que já é muito, neste dia acordamos de frente para o mar às 6:3o da manhã com um bonito, vermelho e alaranjado nascer do sol. Eram sete da manhã e água do mar já estava cálida! Ao lado uma série de tendas, casas ambulantes de gregos a desfrutarem o que o seu país tem de melhor.

Amanhã posto mais uns quadradinhos de Paraíso que neste momento ardem sem freio para grande tristeza minha e de todos os que lá vivem!

quinta-feira



Agora que já tenho fotos da Grécia e do meu saudoso Mediterrâneo a coisa já se torna mais completa e posto uma foto minha em Atenas, numa casa linda que agora é a embaixada de Espanha e que fica em frente à Acrópole ou cidade alta.

Na Acrópole de Atenas foi construído o Partenon em honra da deusa Atena, protectora da cidade a mando de Péricles por volta de 450 a.c. e ali se situavam as instituições e edíficios mais importantes da cidade. A acrópole ateniense é uma das mais conhecidas do mundo e ali estão as fundações da civilização e cultura ocidental.

A vista sobre a cidade que entretanto cresceu é impressionante. À volta da Acrópole estão todos os bairros mais antigos da capital da Grécia e também os mais bonitos. Como é o caso de Pláka( bairro antigo já assim denominado pelos antigos invasores da cidade e posteriores ao declínio da Grécia, na idade antiga).

Atenas é uma cidade suis-generis e dentro dela coexistem mais uma ou duas cidades, isto porque a parte bonita da cidade é apenas e tão só a parte velha constituída pela Acrópole, Pláka, Monastikiri e pouco mais. A restante cidade enorme e cheia de gente é feia e suja, faz um calor abafado e às três da manhã ainda estão 30º graus sem correr um ventinho. Porém, Atenas é uma cidade vibrante, onde se dá pontapés em monumentos, mas também se sente vida. Os gregos ainda habitam a parte mais antiga da cidade que está exemplarmente conservada e tratada e também vivem no resto da parte central da cidade que se assemelha mais a uma metrópole árabe do que a uma capital europeia como Paris, Madrid, Londres ou Lisboa.

As praças não são majestosas, nem os monumentos próximos do que estamos habituados, mas sente-se vida em Atenas, sente-se movimento.

Os gregos são donos de fortes personalidades e gestos excêntricos e expansivos, são apressados e stressados, Atenas é o reflexo deste génio barulhento e mediterrânico. As esplanadas enchem os passeios da cidade e nunca vi cafés com esplanadas tão requintadas, sofás, cadeiras mais baixas, de jardim, redes e nas ilhas é bem comum ver chaise longues a torto e a direito, isto porque os gregos adoram esplanadas e por mais turística seja certa zona, iremos sempre encontrar um grego refastelado a beber frápe e a fumar um cigarro.

Os gregos fumam imenso e bebem café que é uma coisa parva, são amigos do descanso e do hedonismo, têm um país que puxa para o relaxamento, disso não tenho dúvidas. Os amigos portugueses que estão lá a trabalhar dizem que existem sem dúvida dois estados possíveis nos gregos: o estado de stress absoluto ou do relax e simpatia quando estão de férias e a relaxar nas esplanadas.

Deu-me impressão que os gregos não gostam muito de trabalhar, muito menos os atenienses gostam mais da esplanada e do frápe e de motas, mas esta será apenas uma impressão, é que o calor é muito e torna impossível qualquer actividade entre o meio-dia e as cinco da tarde!

No entanto Atenas bule e bule todo o dia, nos mercados, nas ruas, nas lojas, nos pontos turísticos ou nas zonas mais afastadas dos postais para o forasteiros. A cidade acorda cedo e adormece tarde, talvez até nunca durma, tal é a quantidade de café que corre nas suas entranhas. Para que conste, o frápe (café frio) é a bebida nacional, vai para lá do Ouzo(aguardente com anis), esse já era.

Gostei de Atenas e fiquei com vontade de a explorar a outras horas, gostei da cidade por ser variada e única na sua imponência pouco convencional, não deixando de ser acolhedora.

quarta-feira


1# No passado mês de Maio fomos ao casamento de uma colega de faculdade em Azeitão. Foi uma emoção como seria de esperar. Meses antes andavamos histéricos com as prendas que iríamos dar, com os vestidos, os sapatos e a disposição para o tão aguardado dia.
Quase todos os meus amigos dizem que não querem casar, que nem pensar em festas tradicionais e famílias reunidas, no entanto, quando algum se chega à frente e acaba por tomar o caminho mais que natural de se casar com pompa e circunstância, lá vamos todos a trás e levamos a coisa a sério. Preparamos o dia com antecedência e uma semana antes já está tudo em estágio no cabeleireiro, nas lojas de sapatos e vestidos. Os acessórios e maquilhagens são pensados ao mílimetro. A excitação é tal que parece que nos vamos casar todos naquele dia.
Por mais cínica que a nossa geração seja, criada na facilidade do divórcio, habituada às uniões de facto e desde cedo a viver com os companheiros e companheiras, na partilha de casa e de vidas, mas sempre sem procurar laços afectivos efectivos, o coração derrete quando alguém se chega à frente e assume esta herança cultural que é a cerimónia matrimonial mesmo que a celebração do casamento seja feito pelo civil. Acreditamos que com eles será diferente, que quem se ama tem essa necessidade de mostrar ao mundo o seu enlaçe e depois todos temos direito ao nosso conto de fadas, ao vestido branco de princesa, à festa com baile e por isto, e muito mais o casamento da Joana e do Timóteo foi uma emoção e uma alegria. Uma festa interminável vivida semanas e até meses antes que terminou em êxtase com o amigo Sérgio a roubar comida e os gaijos a reciclarem charutos no cinzeiro e a beberem wisky à latifundiários e homens de negócio.


segunda-feira

Uma aventura na Grécia - Parte I

De volta de uma das viagens que mais gozo me deu fazer. Avião, carro, mota, jeep, pernas para que te quero, barco, aliás barcões e super-jets e muita praia, sol e descontracção pela estrada fora e terras desconhecidas.


A ida à Grécia foi tudo de bom e revitalizante apesar do cansaço acumulado e físico que sinto, depois de dormir no carro, na tenda e por aí. Tirei mais que mil fotos, vi pôr do sol lindos e nadei em águas calmas e transparentes. Muitas cabras Kri-Kri pelas montanhas. Ilhas e gregos loucos.

Começamos a viagem com o voo atrasado e uma espera de sete horas na Portela e uma consequente dormida em Madrid, conclusão chegamos a Atenas um dia depois do programado, seguimos para a ilha de Léfkada no norte da Grécia, acampamos de noite e quando acordamos às oito da manhã com um sol abrasador estávamos numa língua de areia linda virados para o mar-lago azul e transparente, quente numa praia feita de pedrinhas pequenas e muita gente a acampar ao nosso redor. Ao fundo, um café com guarda-sóis de palha e mesinhas requintadas, mas ainda não tínhamos visto nada, pequeno-almoço em frente ao mar e estrada aqui vamos nós.

Passados cinquenta quilómetros a ilha de Léfkada, uma fila gigante de carros, saí toda a gente dos carros e rapidamente começamos a falar com os restantes viajantes, dicas para aqui e para ali. Léfkada é uma ilha que fica a 500 metros do continente que dá para passar a nado, tal é a pouca distância que nos separava do continente. A ponte que une os dois bocados de terra é móvel, a estrutura que suporta as partes levadiças é parecida com um barco e nessa manhã estava avariada, conclusão, precisávamos de esperar por uma nova ponte... O que poderia ter demorado horas, acabou por ser facilmente resolvido pelo espírito prático e fluído dos gregos, um outro barco conseguiu unir as duas margens e aqui vamos nós para Léfkada nome da maior cidade desta ilha.

Ao chegar a confusão de pessoas confunde os olhos, barcos à vela, barcos de passeio, motas, carros, gregos em férias, muitos estrangeiros e sobretudo muitos italianos que fazem das ilhas gregas a sua estância balnear. Léfkada é uma ilha verde ao contrario de uma série delas para sul que são mais áridas. O verde das falésias contrasta com o azul claro do mar quente que banha as praias de pedrinhas brancas mais ou menos grandes, conforme a praia. Aqui, vê-se paisagens paradisíacas. A12 Km fica a cidade de Agios Nikitas (Agios é santo ou santa em grego), uma vila piscatória do tamanho de uma rua que desemboca numa praia em forma de enseada. A pesca à muito que sucumbiu ao turismo e as casinhas coloridas dos gregos são agora restaurantes, mini-marketes e bares, pensões e casas de férias com pátios lindos e frescos cobertos com vegetação.

O parque de campismo a 1 quilómetro da vila tem sombra de oliveiras e um pequeno jardim apetitoso em frente ao bar com redes e cadeiras de baloiço. A afluência é tal que já se vêem pessoas a acampar do lado de fora do complexo com acesso à casa de banho e todas as restantes infra-estruturas do parque. Estamos na Grécia e tudo, pelo menos quando os gregos tão de férias, é para ser vivido com muita calma. O caminho até ao parque é sempre a subir e o sol abrasador e as mochilas pesadas não ajudam, mas depois de meio-hora a caminhar lá chegamos ao parque de campismo de Katishima.

Próximo passo, alugar uma motoreta e explorar a restante ilha. Todas as localidades e praias ficam a mais ou menos sete quilómetros umas das outras. A aventura da motoreta foi deliciosa e deu para conhecer os gregos na estrada. Experiência do outro mundo em estradas de montanha e muitas vezes em más condições, mas sobrevivemos e divertimos-nos para caramba. Nem sabíamos quanto dinheiro pôr para encher o depósito, mas com a ajuda de uma tradutora lá conseguimos chegar ao depósito cheio e a uma amizade com o velhote da bomba de gasolina.

Próxima paragem a praia de Katishima, lá no fundo da falésia e umas curvas lixadas!

A história contínua a amanhã e ilustrada com fotos espero!