
Agora que já tenho fotos da Grécia e do meu saudoso Mediterrâneo a coisa já se torna mais completa e posto uma foto minha em Atenas, numa casa linda que agora é a embaixada de Espanha e que fica em frente à Acrópole ou cidade alta.
Na Acrópole de Atenas foi construído o Partenon em honra da deusa Atena, protectora da cidade a mando de Péricles por volta de 450 a.c. e ali se situavam as instituições e edíficios mais importantes da cidade. A acrópole ateniense é uma das mais conhecidas do mundo e ali estão as fundações da civilização e cultura ocidental.
A vista sobre a cidade que entretanto cresceu é impressionante. À volta da Acrópole estão todos os bairros mais antigos da capital da Grécia e também os mais bonitos. Como é o caso de Pláka( bairro antigo já assim denominado pelos antigos invasores da cidade e posteriores ao declínio da Grécia, na idade antiga).
Atenas é uma cidade suis-generis e dentro dela coexistem mais uma ou duas cidades, isto porque a parte bonita da cidade é apenas e tão só a parte velha constituída pela Acrópole, Pláka, Monastikiri e pouco mais. A restante cidade enorme e cheia de gente é feia e suja, faz um calor abafado e às três da manhã ainda estão 30º graus sem correr um ventinho. Porém, Atenas é uma cidade vibrante, onde se dá pontapés em monumentos, mas também se sente vida. Os gregos ainda habitam a parte mais antiga da cidade que está exemplarmente conservada e tratada e também vivem no resto da parte central da cidade que se assemelha mais a uma metrópole árabe do que a uma capital europeia como Paris, Madrid, Londres ou Lisboa.
As praças não são majestosas, nem os monumentos próximos do que estamos habituados, mas sente-se vida em Atenas, sente-se movimento.
Os gregos são donos de fortes personalidades e gestos excêntricos e expansivos, são apressados e stressados, Atenas é o reflexo deste génio barulhento e mediterrânico. As esplanadas enchem os passeios da cidade e nunca vi cafés com esplanadas tão requintadas, sofás, cadeiras mais baixas, de jardim, redes e nas ilhas é bem comum ver chaise longues a torto e a direito, isto porque os gregos adoram esplanadas e por mais turística seja certa zona, iremos sempre encontrar um grego refastelado a beber frápe e a fumar um cigarro.
Os gregos fumam imenso e bebem café que é uma coisa parva, são amigos do descanso e do hedonismo, têm um país que puxa para o relaxamento, disso não tenho dúvidas. Os amigos portugueses que estão lá a trabalhar dizem que existem sem dúvida dois estados possíveis nos gregos: o estado de stress absoluto ou do relax e simpatia quando estão de férias e a relaxar nas esplanadas.
Deu-me impressão que os gregos não gostam muito de trabalhar, muito menos os atenienses gostam mais da esplanada e do frápe e de motas, mas esta será apenas uma impressão, é que o calor é muito e torna impossível qualquer actividade entre o meio-dia e as cinco da tarde!
No entanto Atenas bule e bule todo o dia, nos mercados, nas ruas, nas lojas, nos pontos turísticos ou nas zonas mais afastadas dos postais para o forasteiros. A cidade acorda cedo e adormece tarde, talvez até nunca durma, tal é a quantidade de café que corre nas suas entranhas. Para que conste, o frápe (café frio) é a bebida nacional, vai para lá do Ouzo(aguardente com anis), esse já era.
Gostei de Atenas e fiquei com vontade de a explorar a outras horas, gostei da cidade por ser variada e única na sua imponência pouco convencional, não deixando de ser acolhedora.