Ensino português? É favor de demolir e construir tudo de novo!
A esta hora a página do Público está recheada de pérolas, desde não existir sala para os deputados receberem a Comissão Temporária do Parlamento Europeu para deslindar os voos da CIA com prisoneiros de Guantamano e o envolvimento de Portugal no caso, até ao facto já mais que sabido, que apenas 2% da população planetária dividir entre si mais de 50% da riqueza mundial, segundo um estudo apresentado pelas Nações Unidas, passando pelas crianças letãs enviadas para prostituição para Portugal. Mas a que mais intrigada me deixou foi a apresentação de um estudo realizado pelo CIES sobre a discriminação nas escolas.
Pelos vistos, e segundo esta pesquisa que ainda não está completa, o sistema de ensino português agrava as desigualdades sociais. Isto é, a escola portuguesa discrimina "(...)os alunos por escolas, por turmas e por vias de ensino"(in Público, 06/12/06) o que e segundo o estudo agora apresentado, agrava as desigualdades sociais.
Ao analisarem vários estabelecimentos de ensino, os investigadores chegam à conclusão que existem escolas de primeira e escolas de segunda (dado que não é propriamente novo). As de primeira têm alunos de excelência, que reprovam menos e que inclusivamente, aprendem em equipamento e com equipamento melhor que os outros miúdos com menos sucesso escolar. Literalmente os maus alunos são empurrados para escolas onde as condições fisícas e os equipamentos são e estão mais degradados (penso cá para mim que deverão vir das escolas dos meninos inteligentes), a percentagem de alunos que chumbam é enorme e até o corpo docente nestas escolas é mais instável. Mesmo nas escolas onde coexistem alunos todo o tipo de alunos, a diferenciação é feita na composição das turmas: os bons alunos são todos colocados na mesma classe, enquanto os atrasados mentais e burros dos menos favorecidos a nível social, são colocados todos na mesma classe que é para os professores colarem a pestana mais rápido e absorverem bem que há alunos nos quais vale a pena investir, outros nem por isso.
O mais grave é que desde 2001 existem dados empíricos que alertam para este aspecto: o da escola contribuir para a desigualdade social e o que foi feito, nada, só para não variar.
No entanto, a violência cresce nas escolas e agora não é só entre os alunos, é também contra os professores e funcionários, os agentes que criam mais desigualdade num espaço que deveria ser de aprendizagem, onde os valores da igualdade perante as oportunidades e tratamento deveriam ser transmitidos e cultivados. Posto isto, apenas me ocorre escrever que o fascimo está presente nas instituições de ensino portuguesas e como tal, as consequências que daí advém serão brutais, não só dentro da escola como fora dela.
Os investigadores acrescentam ainda que se nos anos 70 e 80 depois do primeiro ciclo terminado, apenas os alunos de classes priveligiadas frequentavam a escola, presentemente a escola acolhe toda a gente, mas cria fossos e pratica desigualdades. Ainda está por apurar, pelos mesmo especialistas vários outros factores. Por enquanto, asseguram que todos estes factores de tratamento discriminatório são determinantes no que toca à violência que se faz sentir nas escolas portuguesas.
3 comentários:
que a escola portuguesa é autoritária, desorganizada, produtora e reprodutora de diferenças sociais, todos nós já o sabemos da nossa própria experiência...esse estudo apenas o tenta provar...
pois é...!
na verdade creio que todas as escolas reproduzem e perpetuam desigualdades (ñ especificamente em Portugal).
e há já tanto tempo que andam os anarquistas e outros revolucionários a falar em auto-educação e outros formatos pedagógicos alternativos, de fuga aos esquemas escolares da escola convencional...
enfim! nada de novo, mas ainda bem que se fala nisto - pelo menos esse mérito terá o estudo! :)
espero que estejas bem!
dá noticias moça!
beijooo
Também o sabia, também lá andei, mas nunca é demais existirem "provas" e factos para que se conheça melhor a realidade, pode ser que assim os pais e alunos exijam mais e melhor, pode ser que sim...
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