terça-feira

Mobilidade Falhada II - Desta vez protesto consciente contra ....o Metro do Porto

Sai de Lisboa no comboio das 6:04 da tarde, na Gare do Oriente, cheguei a casa à 00:30, mas vamos por partes, por que apesar de este não ser um post sobre as bizarrias dos meios de comunicação, é sobre a pseudo-mobilidade em que estamos mergulhados e condenados a viver.
Então, como dizia, sai de Lisboa ao fim da tarde, tudo corria normalmente, a seca de sempre, uma viagem que liga as duas principais cidades portuguesas ainda demora 3horas e 30 minutos e é cara para caramba, tudo bem com isso podemos bem. Em Aveiro e depois do tempo regulamentar da saída e entrada dos passageiros, o maquinista anúncia aos utentes da CP que o apeadeiro da Madalena se encontra fechado porque os habitantes desta freguesia de Gaia resolveram cortar a linha do comboio e fazer uma manifestação(às nove da noite,o protesto não conhece hora!) tudo bem, não tenho nada contra que as pessoas protestem e espero que este protesto seja legítimo e lógico, no entanto o comboio ficou com um atraso de 60 minutos e bastante tempo parado em Aveiro. Lá se comentou o assunto e tal, piadas e troca de olhares trocistas e seguímos viagem.
Cheguei a Campanhã às 22:30, lampeira e fresca fui apanhar o Metro e aí começa o suplício novamente, apenas chegávam metros de 12 em 12 minutos e acabávam em Francos, ali acabáva o serviço, pelo menos do troço entre o Estádio do Dragão e a bonita localidade de Francos, lá deveríamos todos aguardar por uma composição que se dirigisse até à Senhora da Hora, já eram 23:30. Em Francos lá explicaram que devido a obras na sinalização a linha estáva interrompida e que a viagem seriam então, feita às pingas....
Lá segui numa composição com destino à Senhora da Hora, com paragens adicionais em semáforos da via do metropolitano e uma viagem que se faria em 20 minutos passou para o dobro. Na Senhora da Hora fomos informados que deveríamos mudar de veículo conforme o destino desejado: ISMAI, SENHOR DE MATOSINHOS, PÓVOA DO VARZIM OU AEROPORTO. Quando saímos do 2º metro da noite para finalmente ficar mais perto de casa e 1:30 mints depois, o veículo que aguardáva passageiros que teriam como destino Senhor de Matosinhos pôs-se em marcha... sem esperar por ninguém, quando a espera por os metros anteriores era o que estaria combinado e o que aconteceu com os comboios que iam em direcção aos destinos referidos acima.
Gente exaltada, mas com sentido de humor, falou com os funcionários do Metro do Porto e perguntou porque não tinha aquele veículo esperado por nós, pelos vistos é preciso cumprir horários, mas minorar o transtorno dos passageiros não é preocupação da empresa, desde que o pessoal pague, tá tudo bem. No meio do caos dos transportes parece-me a mim, e digo-o do alto da minha ignorância, que o utente está primeiro e se é necessário fazer arranjos na linha ou sinalização e obrigar os passageiros a uma gincana Kafkiana, então vamos pensar neles primeiro, porque os horários já tinham ido para o galheiro, até o meu bilhete nesta fase da viagem tinha expirado.
Mais uns 20 minutos à espera que chegasse o metro que teria como destino Matosos City, e assim, tive um fim de dia e princípio de noite a chafuradar na pseudo-mobilidade que nos caracteriza, na confusão e desnorteio das estratégias e gestões nacionais.
Claro que não culpo a CP pela manisfestação, porém culpo o Metro do Porto pela desorganização e pela falta de respeito pelos utentes dos seus serviços.
Meus Senhores, se não podem assegurar os serviços do Metro, substituam-no por transportes alternativos, não faz sentido terem as linhas a funcionar desta forma, faz mal à imagem da empresa, arrasa a confiança e paciência dos utentes e faz com que os vossos trabalhadores se sintam perdidos e chateados nesta confusão toda, para além de terem de aturar os passageiros furiosos do metro, ainda têm que confessar que pouco sabem sobre o que se passa, transmitindo aos clientes falta de comunicação e articulação dentro da empresa. Como já disse antes, mudem de slogans, são bons, mas são publicidade enganosa, provam a falta de seriedade com que lidam com os que vos "consomem" e acabamos nós por nos sentirmos consumidos e sugados até ao tutano.
Outra coisa que não entendo é porque não fazem as obras e melhoramentos quando não há Metro? Concerteza haverá gente interessada em trabalhar e não terão que ter seguranças e fiscais em cada paragem do troço em alvoroço das linhas do Metro do Porto a aturar gente impaciente e enquanto isso a contar os Metros que passam e apontar sei lá o quê num papel.
Substituam o serviço pelo autocarro, à noite não se sentiria assim tanto e ficaríamos menos chateados, não seria esta gincana de composição para composição (gosto deste sinónimo de comboio/metro).
Sei que o Metro foi e é uma conquista de monta para a cidade e arredores, porém é preciso manter a fasquia elevada e exigir o melhor, sendo que essa exigência deveria começar pela direcção da cebolada em questão e não cortar o serviço, podem ser poucos os que usam o Metro à noite, o que duvido, mas essas pessoas merecem tanto respeito como as outras. E prontos, lá estou a parecer moralista, mas na verdade, num há respeito por ninguém!!! Um dia destes ainda me encontram no Metro a dizer que "No tempo de Salazar é que era BOM".

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