quarta-feira

Hoje não foi um dia fácil, mas à medida que foi andando, fui vendo atitudes de ternura e compreensão, largadas ao vento como quem diz: tem paciência, calma, planta amor, compreensão e amizade e colherás os frutos e agora, no meu segundo trabalho, depois de uma tarde solarenga passada quase toda na esplanada, tudo me parece mais leve!
Sei que quando chegar a casa vou ter uma família que me espera, que se preocupa e cuida e é isso que todos temos que fazer, cuidar dos que mais gostamos.
Desculpem-me a lamachice, porém quase todos os dias são intensos, de descoberta, de negação, de teste à minha força interior, teste constante à minha preserverança e fé no mundo e nos outros e em mim.
E quando estáva no metro após a 35ª entrevista de emprego - que por acaso é uma óptima terapia. Falamos com um estranho sobre algumas coisas que até aliviam, se tivermos auto-confiança e soubermos fazer as coisas, ainda saímos de lá com o ego em cima, do melhor que há - voltando ao metro....
O que vi foi uma manifestação de ternura e cumplicidade, misturado com tristeza e saudade, muita saudade. Entrou um homem, comido pela droga, com óculos de sol pretos e assim que se senta e olha para o lado, vê as minhas companheiras de viagem, uma mãe e avó babadas com a respectiva criança e exclama "Manela experimenta estes óculos!", ela experimentou, a avó e ele diz que gosta e que são uma prenda. A Manela ficou contente e retribui a prenda com dois beijinhos. Eles conheciam-se e palavra puxa palavra, percebi, bem como os restantes passageiros vizinhos, que se conheciam de outras vidas.
O rapaz antes de sair do metro, do nada disse que tinha saudades, muitas. Os companheiros da Manela e do rapaz dos óculos morreram e deixaram-nos tristes e sós. A Manela vestida de preto e o rapaz dos óculos entregue ao vicio e à tristeza que quando saiu da carruagem se lhe abateu nos ombros.
A companheira do rapaz chamáva-se Manela, porém era um Manel, o companheiro da avó Manela deixou-a sozinha. Conheceram-se todos, pelo que percebi, numa outra vida que a avó Manela abandonou. O rapaz dos óculos carrega uma tristeza muito grande, maior que a vontade de uma vida melhor.
A avó tem um netinho, um menino espevitado e simpático que pelo que disse à senhora da frente a fazia sorrir e esquecer momentos mais dificeis.
Esta história a propósito do nada. Ou melhor, a propósito do amor e ternura. Das pessoas que vivem na mesma cidade que eu e não reparo, tal a concentração obessiva nos meus dramas. A propósito da capaciadade que não posso perder de me comover e de acreditar.

3 comentários:

Anónimo disse...

hey miúda... és tão exagerada!
muita força e confiança, sim?! :]
já sabes como dizia o andy "Don't let problems get you down/
It will put you in a hole/
Just have faith and remember God/
He'll guide you along/
With his heart and soul" :]
ahahahah! um ganda jah bless pa ti e continua aí nos apontamentos quotidianos, q tou a curtir ;)

um beijo bem basto pa ti soul sista *

Anónimo disse...

Nunca deixes de acreditar! 'Tamos contigo!! Sempre!

Beijo comovente pa ti! :)

Mariny disse...

"Não deixes de acreditar
Procura o teu caminho
Yé, Yé

Talento Clandestino"

LoL